Cleiton Rezende de Almeida (*)
Perdi meu pai há mais de vinte e três anos e minha mãe há mais de um ano. A ausência deles me faz muita falta. A gente pensa que nossos pais não morrem, são imortais. Mas a morte não poupa ninguém, quando é chegada a hora e não tem dia marcado. Por isso, os filhos devem aproveitar o máximo a convivência com os pais, tirar lições de vida com a experiência deles, como aprendizado para transmitir aos seus filhos.
Os pais criam os filhos para o mundo, dando-lhes uma formação ético-moral, profissional para alcançar a independência econômico-financeira que é o sonho de todo filho. Depois os filhos se casam, constituem suas famílias e passam a ter vida própria. Os compromissos e afazeres com a nova realidade distanciam os filhos dos pais do convívio diário, principalmente se moram em cidades longínquas.
Com a perda dos pais, sem a sua presença para nos dar conselhos e trocar ideias, começamos a perceber que podíamos ter tido mais tempo para dedicar a eles. Mas o tempo é implacável, não perdoa quem deixou escapar a vez. A lembrança deles, sempre saudosa, nos conforta e preenche seu vazio. Nas dificuldades do cotidiano não os esquecemos e continuamos a pedir ajuda como se estivessem vivos; para nós eles não morreram, apenas estão num lugar muito longe, numa viagem sem fim.
Quem tem os pais vivos procurem curtí-los ao máximo, absorvendo seus conhecimentos e sabedoria, a todo o momento possível, porque depois sempre acharão que podiam ter feito mais por eles.
Ninguém sabe o dia de amanhã e a ausência deles, um dia, será inevitável.
(*) É médico-anestesiologista.