Luigi Polezze
A configuração política na Câmara Municipal de Araraquara passou por uma importante mudança nesta semana. Durante a sessão de terça-feira (21), o vereador João Clemente, do Partido Progressista (PP), anunciou oficialmente a saída do partido da base de apoio ao governo municipal, decisão que também envolve o vereador Marcelinho (PP).
A decisão aproxima o PP de uma postura semelhante à do Partido Novo, que também se declara independente, embora costume apoiar parte das pautas da administração municipal. A diferença, porém, ainda está em aberto: resta saber se o PP adotará uma independência crítica, como a do MDB, que se posiciona conforme o tema em pauta, ou uma independência moderada, mantendo diálogo frequente com o governo assim como o Novo.
A movimentação cria novos desafios para a base governista, que até então mantinha uma maioria na Câmara, sendo capazes de usar manobras políticas para aprovação de certos projetos. Importante lembrar que já houve certo rompimento extraoficial entre o vereador Michel Kary (PL) e o Executivo devido suas falas sobre o alinhamento do MDB junto ao executivo e o posicionamento de seus vereadores; agora, com a saída de mais dois vereadores, o equilíbrio entre situação e oposição fica mais sensível — o que pode impactar votações importantes e reduzir a margem de manobra do Executivo.
A perda do apoio formal do Partigo Progressista representa, portanto, um ponto de inflexão na relação entre Legislativo e Executivo em Araraquara. Ainda não está claro se essa nova composição trará maior debate e diversidade de posicionamentos ou se dificultará a aprovação de projetos de interesse do governo.
Enquanto isso, o clima político na Câmara é de observação cautelosa. A postura que o PP adotará nas próximas sessões será determinante para entender como se reorganizará o tabuleiro político na cidade.