Viva sua vida, não a do outro

Marilene Volpatti

Não é errado em fazer de alguém a nossa prioridade. Mas cuidado com a auto-estima.

Este é o caso de Cássia, comerciante, que se multiplicava para cumprir horários e trabalhar até tarde em sua loja. Nunca se importou com esse fato e até dizia que sua profissão era realmente desgastante. Até que veio a conhecer Antonio. Paixão a mil.

O trabalho era o ponto central de sua vida. Deixou de sê-lo. Começou esticando o horário de almoço para ir atrás de pequenas surpresas para Antônio. Saia mais cedo para comprar um sapato melhor para sair com ele no fim de semana… Quando sua família passou a lhe dizer de seu baixo desempenho no trabalho – a ponto de colocar em risco seu negócio – não tomou conhecimento. Não havia coisa que a desligasse do novo namorado.

O que é pior. Cássia vivia para Antonio. Cancelava programas com amigos porque, na última hora, ele lhe telefonava pedindo que fosse até sua casa preparar um jantarzinho; desistiu de jogar cartas com amigos para ficar mais tempo com ele; até o aniversário do pai deixou de comparecer para companhá-lo ao cinema. Com tristeza ela lembra que colocou amizades, família e trabalho em segundo plano. Diz: “vivi durante um bom tempo como se estivesse vagando. Investi tanto na minha paixão que, quando tudo acabou, me senti perdida. Meus amigos e mesmo familiares, demoraram um bom tempo a me entender. Era uma solidão só”.

24 horas de paixão

Por mais que Cássia seja do tipo dedicado, a verdade é uma só: esse comportamento “de grude” não é muito incomum nas mulheres – principalmente no começo de um relacionamento. Pode-se viver as 24 horas do dia uma paixão, é até benéfico… desde que respeitemos nossos próprios limites.

Dicas

1) As atitudes são mútuas? Se você realmente gosta de acompanhá-lo ao jogo de basquete e sente que ele fica feliz quando avisa que comprou ingressos para o teatro, não há necessidade de preocupação. Mas se vive fazendo só o que ele quer, alguma coisa está fora de sincronia.

2) Você se tranformou numa atriz? O primeiro mandamento da intimidade é autenticidade. Significa ter liberdade para dizer que hoje não está a fim de assistir ao jogo de basquete.

3) Voce nota que está deixando sua família, os amigos, o trabalho e seu hobby preferido? Se acontecer em uma determinada semana, tudo bem, mas se virou rotina, isto quer dizer problemas à vista.

Normalmente, são as mulheres que mais cedem para que o relacionamento perdurem. O depoimento de Cristina, 36 anos, é um tanto quanto crítico: “os homens cuidam da sua vida e esperam que a mulher se enquadre nela. Se decidem que os dois vão passar o final de semana num barco pescando, está resolvido e fim de papo. Também tenho a impressão que são eles que decidem a freqüência com que o casal se encontra. Depois de ditadas as regras, a mulher que se dane em se ajustar para que tudo saia às mil maravilhas”, desabafa.

Fique longe

As mulheres que se sacrificam demais, em vez de reforçar o relacionamento acabam, isto sim, destruindo-o. A realidade, é que, a independência ou até mesmo uma certa distância revigora o relacionamento. Fora isso, a mulher tem que ter suas próprias histórias, expressar opiniões e falar sobre seus interesses pessoais.

Carla é categórica, dá a presença mas “não permito que ele me impeça de fazer aquilo que mais gosto”.

“Grude”

Além de acabar com o encanto do romance, tornar-se escravo de um amor pode levar à destruição da paixão. A dependência necessita de gerenciamento. Investir na realização pessoal em alguém é, também, uma carga muito pesada para o outro carregar. Ninguém gosta de ser responsável pela felicidade de ninguém. Psicólogos afirmam “que tanto o comportamento “grudento” quanto o auto-sacrifício são claustrofóbicos – e a pessoa amada pode entrar em parafuso com essas situações. O cuidado exagerado faz com que a outra pessoa se sinta em dívida, e isso não é legal.

Uma outra ameaça provocada pelo “grude”: quem vive num casulo com o parceiro se priva da oportunidade de conhecê-lo melhor”. A melhor maneira de conhecer uma pessoa é vê-la na convivência da família e dos amigos”, afirmam os analistas.

Jogos de amor

Em início de relacionamento, a atração é tão grande, que deixa qualquer um doido para que o grande momento chegue logo. Sexólogos advertem: “Não se apressem. Quando o sexo entra em cena as mulheres, principalmente, tendem a romantizar demais e deixam de julgar a situação racionalmente. Poucas sabem separar sexualidade e emoção e, depois que dão abertura ao homem, têm dificuldades para demarcar os limites. Sabendo esperar, haverá espaço para continuar a vida e analisar o companheiro com maior objetividade”.

Seja lá qual for o motivo que cega algumas mulheres, que não as deixa ver as fraquezas masculinas, o final é sempre o mesmo: a certa altura, descobrem que perderam a individualidade por causa de um relacionamento que só serviu para deixar seu amor-próprio em frangalhos. Pessoa nenhuma vale tanto. Ou será que vale?

Serviço

Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.

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