Dos atuais vereadores, o combativo Mário Joel Malara é do tempo em que o mandato era efetivado de graça, o cidadão escolhido pelo povo se sentia honrado em participar das decisões, sem remuneração. Era o chamado múnus público com dedicação exemplar, de caráter coletivo: sem holerite, sem Fgts, sem férias remuneradas ou quaisquer outros benefícios pessoais. Assessor parlamentar, nem pensar. Os poucos e qualificados funcionários da Câmara davam apoio a todos os vereadores, independentemente de partido. Uma sessão por semana e muitos debates para votar matérias de real interesse da população. O prefeito tinha seu representante, mas, qualquer um poderia ir ao gabinete dirimir dúvidas e votava, em plenário sempre cheio, de acordo com a sua consciência. Sem técnico, sem ordem de cima, sem interferência de nenhum representante com o carimbo "Executivo". Vereador não tinha verba pessoal para distribuir às entidades, nem mordomia com gabinete pessoal, correio, telefone e carro. Atendia o eleitor, com elegância e sabedoria indicando o departamento ou diretoria onde ele deveria buscar a solução para os seus problemas municipais. Não pagava receita de remédio porque não ganhava e poucos se sentiam no direito de pedir um favor desse tipo. Gás, óleo, comida e outros serviços com a assistência social da cidade. Os vereadores de ontem, com os serviços disponibilizados hoje, fariam um sucesso enorme. Alguns eram reeleitos pela excelência da investidura: defesa em plenário, seriedade das proposituras, imersão sem preconceito nos problemas da comunidade, enfim, serviços visando o coletivo. Outros se apresentavam para um mandato e saiam com a consciência do dever cumprido.
Depois desse período de vereança grátis, chegou uma espécie de ajuda de custo. Sem as mordomias de hoje, mas, infelizmente o início de uma relação empregatícia eivada de vícios. Que o povo paga em meio a impostos e taxas.
