João Baptista Galhardo
Como defensor do matrimônio não posso concordar com o ditado que diz que o pior casamento é o que dura para sempre. Há muitos adágios populares abordando o amor e o casamento. “Amor e tosse não dá para esconder”. “O noivo vai a cavalo e o arrependimento na garupa”. “Se casamento fosse bom não precisaria de testemunha”. “É melhor ser princesa de coroa do que escrava de garotão”. Um idoso pediu uma jovem de vinte e cinco anos em casamento. Ela recusou a proposta e ele lhe perguntou: – Por quê ? Tenho setenta anos, mas uma saúde de ferro. E ela respondeu: “é por isso mesmo, por causa da sua saúde. Em compensação o Simão ao contar para os companheiros de baralho que se casara com uma de vinte anos, os amigos ficaram admirados: – com setenta anos? Por certo você mentiu sobre sua idade. É claro que menti. Falei que estou com oitenta. A verdade é que a bela instituição do casamento não acabará nunca. O homem não vive sem a mulher, essa heroína que é e sempre será a rainha do lar, para a alegria do marido. No casamento que dura para sempre é ela que passa, respectivamente, por inúmeras fases: namorada, amante, companheira e enfermeira. As pessoas que se amam, não se olham tão somente nos olhos, mas na mesma direção. No mundo atual informatizado, onde se conversa mais com máquinas do que em família, a mulher ainda conserva seu coração como órgão de fé, de amor, de tranqüilidade e de paz. O dia em que a mulher deixar de mentir (no bom sentido) o homem pára de sonhar. A mulher está sempre defendendo a barriga de levedo do marido: “ele está bem melhor hoje do que há vinte anos atrás”. “Essas rugas no seu rosto lhe dão um charme que antes não tinha”. “Não quero que ele pinte o cabelo. Tá tão bem assim”. Faz de tudo para a sua felicidade. O marido, às vezes, cai em contradição e pisa na bola, como na história: A mulher perguntou para o esposo se ele casaria de novo, caso ela falecesse primeiro. E ele respondeu: – de jeito algum. Por quê? Dizem que quem é feliz no casamento, enviuvando casa de novo. – Bom, eu caso sim. – Você traria a mulher para morar em nossa casa. – Claro. – Ela iria dormir na nossa cama? – Sim. Você esconderia as minhas fotografias? – Acho que sim. Você daria as chaves do meu carro para ela dirigir? – Não, ela não dirige……… Os antigos diziam que o matrimônio para dar certo, o marido pode ser feio, desde que trabalhador, inteligente, dedicado à família, mas surdo. Já a mulher pode ser faladeira, grossa, ingênua, desde que fosse bonita e cega. Mas tem, excepcionalmente, mulher ruim. Um médico desenganou o marido, prognosticando seu iminente falecimento. O marido, na cama, reconhecendo o cheiro de frituras. Pediu para a filha: “vá até a cozinha e traga uma coxinha para seu pai que está morrendo”. A menina foi e voltou de mãos vazias: “a mãe falou que é para o velório”. Há maridos pilantras e também mulheres de muita sorte. A esposa do Manoel, enquanto ele ficava à noite na padaria, saia de casa para jogar bingo. Voltava de madrugada com um colar, anel ou outro brinde de valor. O marido lhe perguntava e ela respondia: “ganhei no bingo”. No outro dia a mesma coisa. Onde você arrumou esse casaco novo? “Ganhei no bingo”. Todas as noites, muita sorte no jogo. Certo dia a mulher já sob o chuveiro, faltou água. Ela gritou: Manoel estou atrasada para o bingo, traga-me um balde cheio para tomar banho. O Manoel levou-lhe apenas um copo. Só isso bem?
– E já é muito: “lava só a cartela”.