Maria Regina Canhos Vicentin (*)
“Enquanto muita gente sofria e dizia: Desperta Senhor!, um menino nascia em Belém. Parecia algo sem qualquer importância, mas ali Deus preparava a redenção do mundo.” (George Vink e Celsino Gama in Cada Dia, dezembro de 2005).
Quando penso em Natal logo me vem à mente a idéia de esperança e também de simplicidade. Esperança porque hoje temos em que acreditar, e simplicidade porque tudo o que cercou o nascimento de Jesus foi extremamente simples, embora muitos se esforcem para abrilhantar algo que aconteceu no meio do feno, entre animais, rudes pastores, um pai e uma mãe. Nada diferente do que acontece entre milhares de famílias pelo mundo afora. Como li noutra passagem do citado livreto, “não é a sofisticação do embrulho que conta, mas o seu conteúdo”. Jesus, por si só é bastante conteúdo, não importando se nasceu aqui ou lá, deste ou daquele jeito. O que importa é que Ele nasceu, e assim inundou nossa alma de esperança.
O mundo está feio sim. Muita ganância, violência, diria até crueldade. Estamos chegando ao fundo do poço do egoísmo humano. Será que tem graça celebrar Natal desse jeito? Mas, se o Natal acontece em cada coração, celebra-lo é abrir-se ao amor de Deus. Enquanto insistirmos em ficar fechados nosso Pai nada poderá fazer de bom em nossas vidas. Quanto rancor você tem acumulado nesses últimos anos? Quantas pessoas você tem deixado de perdoar, simplesmente riscado de sua vida? Quantas oportunidades de demonstrar seu afeto foram perdidas? Quantas boas ações foram omitidas, esquecidas, deixadas de lado? Como é possível então que o Natal aconteça em seu coração?
Deus não quer de nós nada muito difícil. Ele quer apenas que acreditemos em seu amor. Porque é gratuitamente que fomos salvos mediante a fé. Isso não provém de nossos méritos, mas é presente de Deus para nós. Não provém de nossas obras, para que ninguém se glorie (Ef 2, 8-9). Deus é rico em misericórdia. Impulsionado por seu grande amor, quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo (Ef 2, 4-5). Isso é Natal! A celebração desse mistério profundo que é o tamanho do amor de Deus para conosco. Amor capaz de dar a vida, e que resgata vidas manchadas pelo pecado e omissão. Natal é isso! É esperança de vida eterna, pautada não em nossos méritos, mas na graça de um Pai amoroso, cheio de compaixão para com nossas faltas.
Que a partir de hoje, possamos ir à Belém com a esperança renovada, cientes de que é possível mudar e abraçar nova conduta de vida, pois Jesus nos deu o seu exemplo. Não há mais simples que Ele. Nascido em uma gruta, filho de carpinteiro, sem posses, sem nada além de um grande amor pela humanidade. Deixe-se cativar por esse menino que, mesmo tão frágil e exposto, soube suportar em seus ombros carga das mais pesadas. Tudo isso por um grande amor. Feliz Natal!
(*) É Psicóloga, Bacharel em Direito, Pós-graduada em Educação
