Unimed precisa mais do que uma visita

A notícia surpreendeu e contextualiza que a Unimed vai dar sustentação logística a um plano concorrente (Santa Casa Saúde) que está a serviço do Hospital de Misericórdia.

A indagação natural: como uma empresa pode apoiar outra que, embora com nichos diferentes do concorrido mercado, atua de forma semelhante?

A informação, em dose única e explicada ao depois para tentar apagar incêndio, veio a luz com uso de fórceps, com visíveis efeitos colaterais que podem redundar numa septicemia, sempre problemática, atingindo líderes empresariais e políticos.

O prefeito Edinho Silva, com a aproximação das eleições, certamente terá que usar de muita energia para explicar, pois, não se pode pensar que a oposição esteja totalmente anestesiada. Pode escrever: caso esse episódio não obtenha a transparência devida, o antibiótico de última geração em termos de recomposição da comunicação, muitas perdas poderão ser contabilizadas nos próximos meses.

Ao que parece, a visita de médicos da diretoria da Unimed para explicar as razões e tentar justificar o apoio à Santa Casa (sem falar da notícia de outro jornal que pode estressar ainda mais as relações das partes envolvidas) s.m.j. se esqueceram de um detalhe fundamental: o hospital vive um período de intervenção. Essa mesma intervenção, sugerida pelo Procurador Federal que o prefeito Edinho Silva, como afirmou ao JA na última edição, deseja terminá-la até o final deste ano deixando, pronto e acabado, o novo estatuto da histórica instituição.

É salutar sublinhar que a intervenção, naquele momento de acusações mútuas, propiciou a onda de que, no fundo, o ato “truculento” estaria subordinado a tomada definitiva do hospital e de seu plano de saúde.

Por tudo isso, inclusive, não foi pertinente a visita do próprio interventor com outros médicos dirigentes da Unimed ao veículo que deu a primeira notícia, o “furo” como se rotula no meio jornalístico. Uma mistura difícil de ser metabolizada.

Caso essa ocorrência não seja esclarecida, com muita criatividade e extrema competência, vai ser detonada a maior guerra de todos os tempos numa campanha sucessória. O que foi o abastecimento de água no passado, será a saúde no presente. Fica o registro, sem premonição. Apenas a experiência de ter testemunhado fatos que levam à construção de contrato de normas que regem o comportamento de nossos grupos sociais.

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