Marilene Volpatti
Um relacionamento rápido e inconseqüente é ótimo ensaio para um futuro estável.
“Foi o relacionamento mais gostoso da minha vida”, conta Valéria, 33 anos. “Durante quinze dias conversamos sobre filmes, política, fomos à praia, cinema, barzinhos e trocamos carícias maravilhosas. Sabíamos que aquele encontro nasceu com dias contados. Eu voltaria para minha cidade e ele para a dele. Não fizemos nada de errado para que nosso envolvimento chegasse ao fim. Simplesmente a distância seria muito grande. Ele do norte do país e eu do sul. Mas, também, não estávamos apaixonados. Foi apenas um caso gostoso de se viver”.
Ah! As alegrias de se deixar envolver pelo amor, ficar juntinhos sem se preocupar com o futuro. Esses encontros são pura alegria. Não têm noção do nervosismo que é um almoço em família por exemplo, e nem a angústia se a relação vai acabar ou não. Somente o presente importa.
Há pessoas que vivem somente esse tipo de romance. Um exemplo é o de Mirtes. Tem encontro marcado todo ano, em Ubatuba, com um rapaz que reside em Angra dos Reis. Questionada se o romance tem alguma chance, responde: “De modo algum. Gostamos do lado bom de cada um, mas temos medo dos ocultos. Por exemplo: ele gosta de políticos que eu não suporto. Então achamos por bem só nos encontrarmos quando possível”, finaliza.
Alguns motivos levam as pessoas a relacionamentos breves, por exemplo:
1º – Ele mora no sul e ela no norte. Se encontram numa viagem de recreio e descobrem uma afinidade incrível sexual e mental. E resolvem viver um caso de “férias”.
2º – Ele percebe que existe na personalidade dela algumas coisas que não concorda, mas que podem ser ignoradas por determinado tempo, só não conseguiria viver com ela sob o mesmo teto. Exemplo: ela adora badalar todas as noites possíveis, ele não.
3º – Ela é Tio Patinhas, guarda todo dinheiro que pode para aplicar na compra de um imóvel, enquanto ele só pensa em ganhar dinheiro para fazer viagens.
4º – Grande diferença de idade acaba com qualquer possibilidade de uma relação longa.
Investindo
Assim como outras coisas boas da vida, relacionamentos rápidos movidos por puro sexo, também caíram em desgraça nos últimos tempos. Evidentemente que a Aids contribuiu em muito para isso. Mas, não foi a principal causa, pois afinal, existe o preservativo. As mulheres de hoje, não estão mais tão liberadas para lidar com as gostosas situações que envolvem um romance rápido. Algumas acreditam que esse tipo de paixão atrapalha os planos para um futuro feliz com um homem estável.
Só que nessas saídas fugazes pode estar o parceiro “ideal”. O que deve ser feito é encarar esses relacionamentos como um estudo do parceiro. Nesse período irá perceber como é divertido se não ficar o tempo todo adivinhando como seria viver ao lado dele.
Carência
As pessoas carentes “incuráveis”, ter um caso pode não ser uma boa idéia. Se no primeiro beijo se apaixona e depois fica com dor-de-cotovelo por não ser correspondido, cuidado: vai sofrer muito.
Para se viver casos, é necessário ser flexível para aceitar riscos que fazem parte dessa aventura e manter assim um clima de tranqüilidade. É a oportunidade de se colocar em prática truques emocionais. Por exemplo: superar a ansiedade sobre a espera do telefonema ou ficar se questionando se ele gosta ou não de você. São duas pequenas coisas, mas que ajudam a primeira fase de uma relação normal futura. Fica mais fácil encarar nossos sentimentos e expectativas quando não temos muito a perder. Deixe claro que gosta dela, mas que tudo não passa de brincadeirinha. Eu te amo, não consigo viver sem você, não existe ninguém igual à você, deixe isso tudo de lado.
Loucura
A chave desses relacionamentos “rápidos”, é a curtição. Fazer o que der na cabeça: puro sexo, nenhum sexo, bife acebolado no café da manhã, dar amassos num shopping de uma cidade onde ninguém te conhece. O negócio é liberar as fantasias. Fazer tudo aquilo que sempre quis, mas que se sentia inibido em fazer com seu parceiro em potencial. Ao lado de uma pessoa desconhecida, nos sentimos mais livres para liberarmos nossas “loucuras”, pois não estaremos preocupados em reprovação.
Relacionamentos “relâmpagos” já nascem com começo: quando os olhares se encontram. O meio: quando todas as partes do corpo se encontram. Fim: foi bom, mas chegou a hora da despedida. Isso não quer dizer que somos imunes às expectativas. Alguns casos podem até evoluir. Geralmente acontece quando nos colocamos numa postura desinteressada. Pode virar samba. Acredite!
Serviço
Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.