Sarah Coelho Silva (*)
Ao receber este elogio espontâneo,
Fiquei super animada e logo pensei:
Será que desta vez é um aviso?
Um anjo anunciando um netinho?
Mas, as coisas não são bem assim.
E não foi desta vez que aconteceu a vinda almejada.
Mas, o agradável elogio me deixou engrandecida.
A minha vaidade foi alimentada.
Minha auto-estima deu um pulo enorme.
Ao contar esse fato as pessoas me indagam:
Você não se sentiu velha demais?
Não ficou triste por estar sendo chamada de vovó?
É lógico que eu não tive esse sentimento.
Pelo contrário, até que gostei foi muito!
E sempre que posso aplico esta sabedoria:
“Na juventude armazenamos sabedoria,
na maturidade aplicamos”.
Com esta minha filosofia, já bem assimilada,
Atualmente estou muito satisfeita com a minha idade.
Primeiro, fiquei muito contente ao ser chamada de linda;
Segundo sou consciente de minha idade e tenho espelho em casa.
Terceiro, criança minha gente, não mente!
Crianças são verdadeiras demais, para elas é muito natural.
Eu tenho filhas que são da idade da mãe dessa garota gentil.
E este sincero elogio vai me abastecer por muitos anos.
Assim, a vida continua em salas de aula…
Felizes, as pessoas que sabem desfrutar
O máximo do convívio dessas crianças,
Trocando afetividades, bilhetinhos, cochichos ao pé da orelha
Recebendo mensagens de carinho e sempre muitos beijinhos.
“Na ânsia de ter, o homem se esquece de ser.
Passa pela vida tendo tudo e termina sendo nada”.
“Escrever é a minha liberdade”.
C. Lispector
(*) É escritora e colaboradora do JA.