Em entrevista ao JA, a artista Sandra Fiore fala de seu trabalho, suas conquistas e sua forma de viver.
Sempre alegre e criativa, ela é destaque em Gente. Confira:
JA – Como classifica o ano que passou e os projetos para o novo ano?
SF – Para mim foi, sem dúvida, um dos melhores anos, tanto para minha carreira como na minha vida pessoal.
JA- O que aconteceu?
SF – No profissional, acho que minha carreira deu uma deslanchada, além do que já vinha acontecendo como as exposições nos Estados Unidos, este ano teve a Espanha, a exposição do Rio de Janeiro que fez com que um marchant visse meu trabalho, ficando com um quadro para colocar num dos melhores leilões do Rio. Além de agendar exposição na Galeria Dedret, na França, meu site e através dele convites para exposições nacionais e internacionais e propostas de galerias. No pessoal, continuamos com saúde e disposição para trabalharmos e isso é o que importa.
JA – E sua participação em um programa de TV?
SF – Sim. Foi através de um produtor que viu o meu trabalho e convidou para divulgá-lo na TV, aproveitando para fazer algo no ar, uma técnica fácil e que qualquer pessoa com um pouquinho de boa vontade é capaz de fazer. Então passei a técnica de textura de forma bem simplificada, acho que gostaram, pois fui convidada a voltar.
JA – Você ensina técnicas em sua escola?
SF – Eu não gosto muito de chamar de escola, portanto coloquei o nome de Espaço Cultural Expressão e Arte. Tento passar o pouco que sei, mas não estou sozinha. Tenho comigo excelentes profissionais que ministram aulas, que é Hilton Greco, Rozã Bacarin que dispensam comentários e agora virá para completar o quadro de profissionais o artista Ronaldo Boner que é considerado um melhores pintores de natureza morta do Brasil.
JA- Ensinam apenas pintura?
SF – Não, começamos com desenho artístico, pintura em óleo sobre tela, acrílico, texturas, aquarela, um pouco da história da arte, teremos também trabalhos artesanais em móveis, pintura em porcelanas, entre outros.
JA – Quanto tempo leva, em média, os cursos?
SF – Não tem tempo certo. Preparamos o aluno até que ele se sinta pronto para dar seus passos sozinho. Além disso nossa intenção é prepará-lo para o mercado fazendo com que não passe pelas mesmas dificuldades que passamos, sempre que possível levamos aqueles que estão melhores para exposições, tanto em Araraquara como em outras cidades.
JA – O que a impulsiona? Sua filosofia tem relação com a sua religiosidade?
SF – Sim, sem dúvida. Acredito que sem fé e esperança não se chega a lugar nenhum. Acredito que através do meu esforço e de minha determinação terei sempre ajuda para as minhas realizações. No Evangelho Segundo Espiritismo tem uma passagem que diz “ajuda-te que o Céu te ajudará”. Então faço a minha parte. Tenho em mim que Deus nos dá todas as oportunidades possiveis, é só fazermos por merecer, ir à luta sempre, acreditando que temos potencial e uma força interior muito grande. É só acreditar e seguir em frente.
JA – Acredita que as pessoas estão buscando a religião?
SF – Sem dúvida. Basta ver como as igrejas estão lotadas, independente da religião. As pessoas estão buscando paz interior num mundo conturbado e cheio de violência. É o que falei anteriormente. Elas buscam um perspectiva de vida, uma luz no fim do túnel.
JA – A música te inspira?
SF – Boa música, sim. Adoro ouví-la sempre, trabalhando, em casa, quando estou só ou acompanhada. Ela nos eleva e não deixa de ser uma forma de oração. Quando a ouvimosl, nosso espírito se ilumina e parece que ficamos até mais leves.
JA – O rádio faz parte de sua vida?
SF – Nasci ouvindo rádio. Quando era pequena não tinha televisão, então minha mãe ouvia rádio-novela. Lembro-me muito bem de quando passou “Direito de Nascer”. Ela ficava debruçada sobre a pia, com a orelha quase encostada no rádio. Tudo para não perder uma só palavra. Havia também uma vizinha que adorava Roberto Carlos. Ela ficava com o papel e o lápis na mao para copiar as letras. Quando o disco saia nas lojas, ela já sabia todo o repertório.
JA – E hoje? Quais rádios ouve?
SF – A Brasil FM, que tem a melhor seleção de música brasileira e a Uniara FM, que tem músicas nacionais e internacionais de todos os tempos. Só nela posso ouvir Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Pavarotti e outros intérpretes.
JA – Se soubesse que tem pouco tempo de vida, o que faria?
SF – Acho que viveria mais para minha família, principalmente para meus filhos. Minha preocupação é com a educação, especialmente a moral. Ela os fará homens de bem. Estou sempre lembrando da importância de respeitar o próximo fazendo o que gostaria de receber, a importância da honestidade, da verdade ira amizade, fraternidade.
JA – Para finalizar, o que deixaria como recado para este ano que se inicia?
SF – Primeiro fazermos planos e tentarmos cumprir nossos objetivos, nem que isso possa parecer difícil. Termos fé, esperança e acreditarmos que temos inteligência que nosso Pai Celestial nos deixou. Com isso, pode ter certeza que conseguiremos construir um futuro com otimismo e bons pensamentos.