Pobre São Paulo, até quando?

Passa da hora de se retirar o entulho autoritário da cartilha política brasileira. O que foi adicionado no período ditatorial (quando a ARENA perdia fôlego, os donos do poder se assustaram com o crescente apoio ao MDB e adotaram solução indigesta como a de senador biônico ou número maior de deputados em Estados sensíveis às influências militares), precisa ser fechado com a máxima urgência.

Este momento é auspicioso para passar a régua na vida política porque a Câmara dos Deputados discute anteprojeto para consolidar a democracia representativa.

Existe cristalinamente uma desproporção representativa que é ofensiva às tradições dos paulistas, dos cidadãos que honram o pavilhão das treze listras. São Paulo tem 70 deputados e, embora grande e fundamental para o país, vê-se represado pela união dos pequenos, com uma predominância revoltante.

Ainda hoje, o voto do eleitor domiciliado no Acre vale 13 dos paulistas. Essa distorção corre o risco de ser aumentada vertiginosamente com a febre dos parlamentares em criar novos e pequenos estados para garantir seu curral político e, com isso, se perpetuar no cargo bem remunerado, afora as mordomias e outras vantagens sociais. Uma convocação extraordinária, porque o dever de casa não foi feito no período próprio, pode render de 20 a 40 mil reais.

Só para o preclaro leitor paulista desta notável região central ter uma idéia do que representa um estado pequeno, basta citar que o número mínimo de deputados é 8. Multipliquem-se os pequenos e verá que São Paulo está em desvantagem. Há quem defenda mais 42 deputados para nosso Estado, a fim de aumentar o poder de fogo. Mas, isso serve para diluir o montante de impostos arrecadados.

Temos que defender a diminuição de deputados. Por que 534 parlamentares? Quando custa cada gabinete? Ora, o povo está cansado de ser passado para trás. A sorte dos políticos é que poucos brasileiros fazem a conta: trabalham mais de três (3) meses, a cada ano, por conta dos elevados e injustos impostos diretos e indiretos.

Claro que a democracia é essencial, mas, poderia ser conseguido com menor sacrifício.

Nesta reforma política, já pensaram se de cada Câmara Municipal fosse subtraído 1/3 de suas cadeiras?

A reforma está em andamento, na chamada “Ilha da Fantasia”. Procure o seu deputado e tente interferir neste processo para retirar o lixo autoritário. Isso é cidadania…

Um jeito sério de começar o Ano Novo. Certamente, vai sobrar dinheiro para investimentos que produzam empregos evitando que o presidente Lula tenha que chorar como o fez, nesta semana, quando se encontrou com catadores de papel em São Paulo.

A nossa ínclita bancada federal está disposta a uma luta árdua e importante como essa?

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