Um trabalho inovador e que permitirá maior agilidade para o diagnóstico sorológico da doença de Chagas, desenvolvido no Instituto de Química (IQ) da Unesp de Araraquara, foi premiado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação (Propp), na quinta-feira (12), na presença do reitor da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, José Carlos de Trindade, e do pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade, Marcos Macari.
Intitulado “Imunossensor Amperométrico para doença de Chagas”, do doutorando em Biotecnologia Antonio Aparecido Pupim Ferreira, sob orientação da Profa. Dra. Hideko Yamanaka, ele foi escolhido o segundo trabalho relevante na Mostra de Tecnologia da Unesp, edição 2002, realizada em outubro.
Além de Antonio Aparecido e da docente Hideko, fazem parte da equipe Paulo Inácio da Costa, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), e o pesquisador Walter Colli, doInstituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).
O farmacêutico bioquímico Antonio Aparecido explica que o imunossensor não demanda grandes investimentos financeiros e oferece vantagens em relação aos métodos tradicionais.
“A doença de Chagas, descoberta há mais de 90 anos, ainda não tem cura cientificamente comprovada e acomete cerca de 6 milhões de brasileiros e de 16 a 18 milhões de habitantes do continente americano”, frisa.
A docente Hideko chama atenção para o fato de que atualmente, porém, o principal agente da doença não é mais o inseto Trypanosoma cruzi, mas contaminações por transfusões sangüíneas. “Daí, também, a importância da proposta que é inovadora para o diagnóstico sorológico da doença de Chagas. Uma forma segura de prevenir o mal é o cuidado na análise sorológica do sangue do doador”.
Antônio lembra que “entre as vantagens do método, está a facilidade de repetir o teste. Ele pode ser empregado na triagem de doadores em banco de sangue”.
A metodologia eletroquímica do imunossensor proporciona uma detecção de baixa quantidade de anticorpos da doença, com a utilização de pequena quantidade de antígeno e reação à temperatura ambiente. "Isso possibilita maior segurança no resultado e permite a realização do exame em menor tempo", conclui Hideko.
Valorização
A tecnologia desenvolvida no IQ, por ser mais eficiente, é importante para todos os países que destinam investimentos para o tratamento dos chagásicos.
O invento contou com bolsa de mestrado e também financiamento para o pedido de patente nacional e internacional outorgados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
“É uma satisfação muito grande poder contribuir no desenvolvimento de uma metodologia que pode ser colocada em prática em benefício da população. O prêmio no valor de R$ 6 mil é apenas um reconhecimento pelo trabalho e caráter de aplicabilidade do trabalho na sociedade”, afirmou Antonio Aparecido.