Maria Ursulina Ramalho (*)
Ontem, ainda jovens, sentíamos nossos passos nos levando suavemente ao encontro de nossos objetivos. A vida era maravilhosa, os amores infinitos e quando as mãos se uniam por amor, as estrelas brilhavam mais, era sinal de união. "Ah, suas mãos onde estão…".
O sol de verão despertava o romantismo e quando a chuva caía amainava o calor que subia do solo.
A paisagem era linda! As crianças andavam nas enxurradas.
O céu, a lua e as estrelas participavam de nossa vida, sentíamos bem próximos de nós. As árvores frondosas nos acolhiam com suas sombras e sentávamos debaixo delas.
Ir à escola, estudar, causava muita alegria, amávamos os professores, os colegas e o futuro nos pareciam tão próximo de nós.
O mundo era nosso, as ilusões nos faziam crer que os sonhos se realizariam.
A esperança morava em nosso coração.
Porém, de repente, começamos a perceber uma mudança ao nosso redor. Quando vimos, nosso otimismo se transformava em desilusão.
A partir de então percebemos a existência das classes sociais, separando as pessoas e acabando a inocência. Depois da Segunda Guerra Mundial outras despontaram e estão até hoje destruindo cidades, pessoas, e o capitalismo surgiu mais forte.
A disputa e o egoísmo predominaram entre os indivíduos. Continuamos a conviver com guerras inexplicáveis acentuando o preconceito, a violência, o orgulho, a morte indiscriminada e as questões religiosas. Até hoje elas continuam mais brutais e impiedosas, e milhões de pessoas estão abandonando suas comunidades por medo de serem mortas por aqueles que invadem e matam para roubarem suas casas e dominarem seus pensamentos.
As filas de refugiados são enormes, com pessoas sofridas, que procuram asilo em outros países. É um quadro horrível para a humanidade.
O famoso quadro de Munch (O grito), retrata bem o horror que existe nas atrocidades humanas.
Nosso país também vive uma situação política e social nunca vista, não podemos explicar o inexplicável. Entretanto, existe uma única solução para toda a comunidade mundial. Esta solução já foi sugerida desde o século XVIII, quando Russeau, JJ, em O Emílio, diz "o homem em qualquer época só será salvo pela Educação".
(*) É Escritora e Pedagoga.