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O perdão do nosso presidente

O presidente Lula, nesta semana, comprometeu-se com o seu colega boliviano, Gonçalo Sanchez de Lozada, a cancelar 95% da dívida do país com o Brasil, cerca de 51 milhões de dólares. Claro que o perdão terá que receber a aprovação do Congresso Nacional, mas, sem dúvida, uma iniciativa fraternal. Seria excelente se o presidente do Estados Unidos fizesse o mesmo com os países endividados, como é o caso do Brasil que paga, paga e deve sempre mais.

Lula dá perdão, abre mão de 150 milhões de reais que seríam suficientes para comprar 10 mil carros populares e consolidar novos empregos no setor automobilístico. Sem falar de impostos, fundamentais para o atendimento social tendo em vista o crescente número de companheiros desempregados…

Se quiséssemos, no entanto, eleger como paradigma o programa de casa popular do Estado-Município de Araraquara (Habiteto), a quantia serviria para atender a 18.759 famílias com a casa própria. Recentemente, com o Gigantão lotado de gente ávida por realizar o sonho do teto próprio, o prefeito Edinho Silva e o governador Alckmin sortearam apenas 192 unidades. Ficou a promessa de mais 1000 casas, mas, existem quase 3 mil interessados em morar com dignidade.

Como se pode ver, com o brilho solar do meio dia, o dinheiro que o presidente Lula deseja perdoar, seria importante para milhares de companheiros sem emprego, sem carteira assinada, sem futuro previdenciário, sem auto-estima, doente e com vontade de largar tudo para ser mais um andarilho.

O presidente Lula não pretende só perdoar a dívida, ainda vai emprestar até 600 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Essa generosidade brasileira não foi suficiente para tornar o coração boliviano mais brando. O presidente Gonzalo diz que não haverá desconto do gás cobrado do Brasil. Onde está o ditado de que uma mão lava a outra e, ambas, lavam a cara?

Lula nos faz lembrar da parábolsa da viúva que deu apenas uma moeda enquanto outros deram muito mais. Ela deu mais porque deu tudo o que tinha, disse Jesus. E quem somos para discutir com Jesus?

Mas, com o presidente Lula podemos questionar, sim: por que fazer bonito com chapéu alheio? Temos falta de dinheiro e não podemos ficar perdoando dívida. O FMI vai perdoar alguma do Brasil?

Ah! A Bolívia vai apoiar as pretensões brasileiras de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU – Organização das Nações Unidas. E daí?

Os Estados Unidos, sem respeitar a decisão da ONU, atacou o Iraque. E mostra para quem quiser entender a realidade que “manda quem pode e obedece quem tem inteligência”.

Os políticos, mandatários de plantão, não devem perder o foco: a maioria do povo brasileiro continua enfrentando dificuldades e se algum país deve para o Brasil, que pague. Porque nossos credores não querem saber de desculpinhas, mesmo acompanhadas de sentidas lágrimas.

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