Nhô Pedro

Quando você tem o mundo em volta de sí, cheio de pessoas, parentes, e vai buscar no estranho algo que te faz falta; quando você se sente sozinho neste mundo louco de gente louca para dar palpites, de inventar ou insinuar, certamente, alguma coisa está errada. Alguma coisa não está funcionando a contento ou você está ficando louco e já nem pertence a este mundo tão falado. Quando as flores já não tem lá grande importância, quando as plantas nem têm boa formação, quando a beleza da arquitetura perde sentido, quando as ruas mais parecem becos sem saída, quando nada está no lugar que você achava certo, quando as pessoas lhe são indiferentes e o que elas pensam ou falam nem lhe diz respeito, quando você acha que andar pelo mundo não tem interesse porque conhece tudo, quando não há perspectivas, nem há nada que prometa coisa nova ou diferente; quando gente é só gente e nada mais do que gente e isso você sente na pele e na alma; quando não faz diferença você estar no mato ou na cidade, onde tanto faz viver com gente ou animais; o sol tem seus planetas, os bichos têm os seus descendentes, até os insetos têm os seus parentes.

Na terra tudo foi montado para se viver em harmonia. É a evolução do ser humano, é a evolução de tudo que existe. Por isso, não deveria ninguém estar triste, ficar sozinho num canto do mundo.

Quantos sonhos da juventude se esvairam, se perderam nesse tempo, quantas ilusões, quantas ternuras, quantas coisas puras se escafederam e sumiram no universo? Então, eu me pergunto: onde será que errei, onde me perdi, onde deveria estar neste momento? Com o primeiro amor, com a primeira namorada, com aquelas pessoas que me serviram naquela época em que eu era feliz, que tudo era belo e radiante, tudo esfuziante? Eram só sonhos ou realidade? Eu deveria continuar a minha mocidade, me entrosar naquele tempo, naquilo que foi tão bom e deveria ser sonhado. Tudo que fiz depois da mocidade, foi besteira, tolice, a bem dizer, burrice. Entrei num mundo diferente, mundo de gente que nem é gente. Foi bom, aparentemente. Mas, durou pouco, quase nada, um segundo, um piscar de olho e lá se foi o meu mundo. Meus sonhos, minhas alegrias, minhas euforias, mundo da hipocrisia, da mentira, da falácia, mundo do que nem existe, mundo inexistente onde se fica contente por mera ilusão. Mundo sem vida, nem emoção, sem nada de bom!

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