Myrna preza o carinho à criança

Myrna Guidone Ferreira, 28 anos, é professora há nove anos e, atualmente, leciona no Colégio Objetivo e no CER Marialice Lia Tedde, no Cruzeiro do Sul.

Formada em Pedagogia na Unesp de Araraquara, ela destaca o carinho que recebe de seus alunos, além de ressaltar a capacidade de ampliar as relações sociais e estabelecer vínculos afetivos com as crianças.

Indicada por Sarah Coelho Silva, Myrna é o destaque da edição. Confira a entrevista:

JA – Quais as maiores dificuldades que enfrentou nas escolas?

MGF -No início da profissão, pude perceber um pouco de distância entre a teoria e a prática. No entanto, fui procurando associá-las e enfrentar certas dificuldades.

JA – A escola tem a obrigação de cumprir um currículo, mas cabe aos pais educarem os filhos?

MGF – Quanto à educação e a programação curricular, são duas coisas que não devam ser separadas, pois, ao passar uma informação curricular, está sendo passado também, mesmo que sem intenção, uma posição de educação pessoal do professor, e que os alunos acabam absorvendo ao longo do tempo. Com isso, pode-se até mudar certos hábitos, ações e pensamentos dos alunos, pois, o professor educa integralmente. Cabe aos pais, os que tiveram realmente a intenção de “educar” seus filhos, aproveitar ou não esta educação intrínsica presente na programação curricular.

JA – Quem possui uma boa formação está sempre pronto a aprender melhor?

MGF – Quem tem uma boa formação, além de estar pronto a aprender, tem uma busca constante de melhoramentos e aperfeiçoamento contínuo.

JA – Por isso, também, a presença e participação dos pais na vida escolar é importante? As crianças ficam mais confiantes e seguras?

MGF – A presença dos pais na educação dos filhos está sendo cada vez mais buscada. Os filhos que sentem a presença dos pais na escola têm outros procedimentos e maior segurança diante das mais diversas situação.

JA – O gosto da criança pela leitura nasce no colo dos pais?

MGF – Um ambiente estimulante e que propicie o acesso a leitura favorece o gosto pela leitura. Muitas vezes a criança aprende mais pela observação dos atos do que com incessantes palavras.

JA – As crianças reclamam muito que os pais não têm tempo para elas?

MGF – Até que as crianças da faixa etária que trabalho, não tenho muitas reclamações sobre a ausência dos pais, pois, se não ficam com os pais, ficam com pessoas afetivamente ligadas a elas. Os pais procuram suprir de várias maneiras esta falta.

JA – Qual a vantagem de trabalhar com as crianças em grupos pequenos? As crianças se comunicam melhor?

MGF – São inúmeras. O professor acaba conhecendo melhor as particularidades de cada aluno, o que, conseqüentemente propicia um melhor direcionamento do ensino. Além disso, há um melhor entrosamento entre os alunos e deles com o professor.

JA – Como orientar as crianças para construir idéias novas?

MGF – O professor possibilita a construção de novas idéias através de conversas, experiências vividas, troca de idéias, hipóteses levantadas por professor e alunos e a não desconsideração do conhecimento prévio dos alunos.

JA – Os pais ficam aflitos com as crianças indo pela primeira vez à escola?

MGF – Alguns pais sentem-se inseguros ao encaminhar, pela primeira vez, os filhos à escola. Outros não. Muitos pais não entendem que é melhor para a socialização de seus filhos e isso, independe de ser o primeiro filho ou não, pois, o amor de pai é o mesmo.

JA – O que fazer com crianças que não gostam de ir a escola?

MGF – Há crianças que não gostam de ir para a escola, pois a situação de separação dos pais e alunos é muito difícil de ser entendida. No entanto, se os pais não estimularem os alunos e mostrarem segurança diante desta situação, isso agrava-se cada vez mais.

JA – As crianças, hoje, são mais fáceis de se acomodarem as novas situações?

MGF – Eu diria que são os meios pelos quais estas situações são oferecidas às crianças.

JA – E quando a criança gosta de ficar sozinha e não quer participar?

MGF – Há crianças que preferem ficar sozinhas e se negam a participar das atividades. Isso, muitas vezes, é uma forma de protesto do aluno, por alguma coisa que esteja descontente. A conquista do aluno, por parte do professor, é muito importante. Com isso, o aluno criará um vínculo afetivo com o professor e a situação de descontentamento aparecerá e poderá ser solucionada.

JA – Fale um pouco pelo seu amor e arte de ensinar.

MGF – É, antes de tudo, ter a capacidade de ampliar, cada vez mais as relações sociais, estabelecer vínculos afetivos e de troca com as crianças. Isso se dá pelo carinho recíproco entre professor e aluno.

JA – O que alcança ao trabalhar com crianças?

MGF – O processo de ensinar as crianças é muito gratificante, principalmente quando você percebe que o aluno está passando adiante o que aprendeu, aumentou sua auto-estima e ampliou suas possibilidades de comunicação e interação social.

JA – Mensagem

MGF – Ensinar e aprender devem ser um processo harmônico, porém, só um professor sensível aprende ao ensinar.

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