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Máquina de dinheiro

Num passado, não muito distante, inventaram um tal de Kit Socorro que não servia para nada, um absurdo, uma vergonha nacional e ninguém fez coisa nenhuma. Segundo o jornalista João Ubaldo Ribeiro (Estadão-18 de setembro), “só havia um fabricante para o tal kit e milhões foram vendidos. Meteram o dinheiro no bolso, o governo desistiu do kit e ficou tudo por isso mesmo”.

O mesmo jornalista-escritor diz que “na minha opinião, existe no Brasil, em permanente funcionamento, não fechando nem para o almoço, uma Central Geral de Maracutaia. Não é possível que não exista. E, com toda certeza, é uma das organizações mais perfeitas já constituídas, uma contribuição inestimável do nosso país ao patrimônio da raça humana. Nada de novo é implantado sem que surja no mesmo instante, às vezes sem intervalo visível, imediatamente mesmo, um esquema bem montado para fraudar o que lá seja que tenha sido criado. E (alegadamente), em muitos casos, até parece que o governo inventa as coisas para que a oportunidade de fraude apareça e a economia seja estimulada, já que por outras vias talvez fique mais difícil, além de contrariar a natureza do nosso povo, ou coisa assim”.

O kit socorro com esparadrapo, tesourinha safada, dois rolinhos de gaze e luvas de plástico sumiram da farmácia e das boas casas do ramo. E tome fiscalização, com a polícia metendo o lápis, multando impiedosamente aqueles que não adquiriram o tal kit, o salva-vida não do motorista e muito menos do carona, mas, daquele empresário citado pela crônica do Estadão, integrante de um conjunto unitário que deve ter ficado com febre de tanto contar as notas. Se não teve que dividir com parceiros, tipo mensalão que deixa atônito o eleitor brasileiro, deve estar rindo até hoje. Até porque milionário ri à toa…

Agora, caríssimos Dimas Ramalho e Marcelo Barbieri – os deputados federais da região de Araraquara – vêm a valiosa direção defensiva e normas de primeiros socorros. Claro, mediante determinada quantia de dinheiro para quem ensina e para quem faz as provas. De quem é a vez de levar vantagem? Ou como aquele kit-socorro, de verdade visa a salvar vidas.

Senhores legisladores: quem tem CNH há mais de 15 anos, por exemplo, precisa conhecer a definição sobre a direção defensiva? Nem falamos de primeiros socorros, pois, num acidente não se deve mexer na vítima para evitar prejuízos que podem até ceifar a vida.

Em nosso Brasil, normalmente uma iniciativa educativa e saneadora de maus procedimentos é agregada com a dúvida cruel: de quem é a vez de levar vantagem?

Deputados, essa exigência do Denatran ofende a inteligência do brasileiro mediano. Dá para revertê-la?

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