Encarar as travessuras
Todo o tipo de atividade que exercita a visão é aconselhável para desenvolver a Vida que se aloja na criança. É necessário também fazer a criança exercitar o tato, permitindo-lhe tocar nos mais variados objetos. Como já disse, desenvolve-se primeiramente o sentido do tato. A criança gosta de mexer em tudo, rasgar papéis, pegar nos objetos, batê-los, atirá-los… Ela não faz isso por maldade, mas porque as experiências novas lhe despertam grande interesse. Ela pensa: “Que será isso? Que negócio estranho! Vou ver o que acontece”. Assim, ela pega, por exemplo, um punhado de farinha e o atira. Então descobre que a farinha tem a curiosa propriedade de se espalhar. Vendo isso, os adultos pensam: “Que criança levada! Só faz estragos”. Mas, para a criança, foi uma experiência nova, um estudo em que aprendeu algo importante. Se nessas ocasiões os pais acreditarem que seu filho é um peralta incorrigível, sua atuação mental atuará sobre o filho e fará com que ele continue fazendo travessuras.
Para a criança, nada existe que seja mau. Para ela, tudo é uma experiência nova e boa. A existência do ar, do vento, do Sol… tornou-se algo natural e banal para os adultos, mas, para a criança é algo surpreendente. Se os adultos não ficam maravilhados ao respirarem o ar, ao sentirem o vento soprar ou o sol brilhar é porque sua sensibilidade está embotada. Como já se acostumaram a essas dádivas, não se sensibilizam mais com elas. A criança, porém, demonstra assombro e vivo interesse por todo e qualquer fato, pois tudo é novidade para ela.
Para que a criança possa gravar essas experiências na mente e exteriorizar sua capacidade latente e ansiosa para se manifestar, precisamos dar nomes a cada fato ou coisa que ela experimenta. Convém, como já disse, dar nomes aos sons, às cores a todas as coisas e a todos os fatos que a criança vai experimentando. Assim, ficarão gravados na memória e serão bem aproveitados posteriormente. No Gênesis consta que Deus foi dando nome a todos os seres e coisas que ia criando. Isso é o uso do poder da palavra. Os seres e as coisas passam a ter existência ao receberem nome.
Dr. Massaharu Taniguchi – fundador da Seicho-No-Ie.