Sarah Coelho Silva (*)
As maritacas da Praça Dom Pedro
São fiéis em seus encontros diários.
Estão a enfeitar as árvores frondosas,
refrescantes. Suas copas estão sempre lotadas.
Todos os dias, bem cedinho, vem o
bando em harmonia com uma
sucessão de sons sincronizados.
Surgem das matas, vêm a procura
de seu alimento sagrado.
Já tentei inúmeras vezes contar os pares
Mas, seus movimentos graciosos e
ligeiros, não me permite dar conta
de enumerar, pois, são deveras rápidas demais.
Neste vai-e-vem, com a hora marcada,
Estão sempre lá as maritacas exprimindo sua determinação.
Elas são um perfeito entretenimento: distração e diversão.
Não perco nenhum de seus movimentos…
À tardinha, novamente se inicia a
revoada, do retorno aos seus ninhos,
no aconchegante abrigo de seus filhotes.
As maritacas também são chamadas
“jandaia”, vivem em bandas.
Este retorno tem que ser detalhadamente
narrado, pois, merece ser documentado.
As maritacas, sempre aos pares,
novamente com a hora marcada
Vêm chegando aos pouquinhos e,
o verdadeiro espetáculo continua
no agradável canto,
chamando os pares atrasados.
E assim, já todos reunidos,
voam rapidamente para enfeitar
o entardecer de nossa Araraquara,
a terra em que as araras encontrarão
propícias para construir
seus ninhos e se multiplicar.
(*) É escritora e colaboradora do JA.