A geração que sonhava ser independente parece continuar querendo liberdade, mas junto com a segurança e mordomia da casa dos pais. Embora a afirmação não seja verdade para 100% dos jovens adultos, grande parte encontrou a fórmula perfeita: casa, comida, roupa lavada, quase nenhuma despesa, muito carinho e, de quebra, a independência.
Para a psicopedagoga Carla Cabral Martins, o conforto e atenção da família são dois pontos que pesam na decisão. “Hoje em dia as pessoas querem se sentir protegidas, ter o seu espaço, liberdade para sair e chegar na hora que bem quiser e, até mesmo, ter com quem brigar. O mais interessante é que sabem que encontram essa estrutura dentro da própria casa”, diz.
Carla diz que não apenas os pais são superprotetores como os filhos acabam querendo “um colinho” com certa freqüência. “Sei de jovens que se casaram, mas almoçam na casa dos pais, levam roupa para a antiga empregada lavar e passar e ainda conseguem convencer a mãe a liberar a faxineira uma vez por semana”.
Perigo
Quanto aos que preferem a situação cômoda ela diz que “o perigo está em se tratar mais do que uma forma de economizar ou dividir despesas. Muita gente não sai de casa, simplesmente porque não têm perspectiva de arrumar um bom emprego, ficando cada vez mais acomodado”, frisa.
Em relação à liberdade e a tranqüilidade de estar no ninho ela declara que em muitos casos os pais dão o primeiro passo na vida dos jovens. “Muitos permanecem junto à família porque os pais lhe concederam direito de ir e vir na hora em que bem entendem, de levar quem quiser para dentro do quarto e conseguiram criar um ambiente totalmente favorável para que a família esteja sempre unida. As restrições até existem, mas, nessa hora, perdem para a mordomia e segurança”, afirma.
