Iniciação sexual cuidada é mais gostosa

O início da vida sexual do jovem brasileiro está mais precoce do que há duas décadas. Os dados são da pesquisa Comportamento Sexual da População Brasileira, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Cebrap – em 1998, 32,3% das meninas tinham tido relação sexual completa antes dos 15 anos e entre os garotos da mesma idade o número registrado foi de 46,7%.

Para Renata Lazzarini Mônaco, integrante do Paisa (Programa de Atendimento à Saúde do Adolescente), pertencente à Secretaria Municipal de Saúde, a escolha do momento para a iniciação sexual é individual, mas alguns pontos são fundamentais para uma reflexão positiva.

“O momento pode ser desastroso se não cuidado. O que temos percebido é que a iniciação esta se dando em qualquer lugar, de qualquer maneira e com qualquer pessoa”.

Ela destaca questionamentos que devem ser feitos para que a iniciação sexual seja prazer e não desprazer, por exemplo “Como compartilhar seu corpo com outra pessoa se você conhece o funcionamento do seu organismo?” e “Quais os recursos que existem para que assuma essa iniciação e proteja a saúde mental e física?”

Do ponto de vista físico, ela menciona a eficácia do preservativo na proteção de DSTs e de uma gravidez indesejada. Já do mental, vale questionar “quem é a pessoa e que relacionamento se deseja. Compartilhar com alguém que desconheço e não tenho vínculo vai proporcionar um preenchimento sentimental?”, ressalta Renata.

Ferida

A integrante do Paisa concorda que, por outro lado, é difícil mudar uma tendência que tem a ver com a liberalização de hábitos e de costumes nos últimos anos, com a mudança do papel da mulher na sociedade e com a maior exposição do jovem à informação e à sexualidade.

“Tivemos um movimento para a liberalização sexual, um processo de dissociação do sexo e do sentimento. Será que esses fatores devem ser dissociados ou sexo pode ser melhor se associado a sentimento?”, indaga.

Renata chama atenção para “machucados” que nem mesmo a camisinha é capaz de proteger. “Sim, quem ama usa camisinha, mas os machucados podem ser internos e externos”.

Consciência

Para que os jovens estejam preparados à iniciação sexual, Renata frisa que a menina pode encontrar em seu ginecologista um parceiro na prevenção e orientação.

“Há um mito de que se deve procurar o ginecologista somente quando se decide ter uma relação sexual. Tanto os pais como as jovens devem saber que o momento oportuno é após a menarca, assim é possível prevenir melhor”, diz.

Ainda assim ela afirma que não há uma idade tachada para o início da vida sexual, mas que o momento deve ser encarado realmente como um ritual de passagem, pois irá marcar uma vida. “O que podemos fazer é ajudá-los a fazer escolhas conscientes”, conclui.

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