Padre Wagner Ferreira (*)
São Francisco de Assis é uma referência não apenas para cristãos católicos, mas também para muitas pessoas que se sensibilizam com o seu testemunho de fé, dedicação a Deus, obediência à Igreja e amor à pobreza evangélica, sem contar o modo como o Santo Seráfico valorizou a vida fraterna em comunidade e o louvor a Deus pelo dom da criação.
Em caráter inédito na história da Igreja, papa Francisco escolheu este nome para que seu pontificado se realizasse sob o patrocínio do Pobre de Assis e amigo das criaturas de Deus. Não foi à toa que, além das muitas homilias e discursos, papa Francisco dedicou duas encíclicas a questões que atualizam a mensagem de São Francisco: Laudato Si e Fratelli Tutti; a primeira, sobre o cuidado da casa comum e, a segunda, sobre a fraternidade e a amizade social.
Também o nosso querido padre Jonas Abib encontrou em São Francisco um modelo de homem de Deus, consagrado a Cristo Jesus. A influência de São Francisco na vida do padre Jonas se verifica, por exemplo, em uma de suas tantas composições musicais, a canção “Tema de Clara e Francisco”. Para padre Jonas, Francisco é irmão de todo irmão, assim como Clara é irmã de toda irmã. Ambos nos ensinam que para servir a Deus basta fazer poucas coisas, mas fazê-las bem feitas, com esperança de ver Jesus. Com alegria e perseverança, Clara e Francisco nos ensinam a espiritualidade de viver o cotidiano sempre buscando o além, a comunhão de amor com Deus.
Um dos símbolos franciscanos é o TAU, conhecido como a Cruz Franciscana. O Santo Seráfico queria que todos trouxessem esse sinal na fronte, pois em Cristo todos são eleitos, escolhidos por Deus para a salvação eterna. Padre Jonas fazia questão de utilizar um cordão com o TAU como forma de testemunhar sua consagração a Deus no carisma Canção Nova. Amor fraterno vivido em comunidade, como forma de viver o conselho evangélico da castidade; confiança na Divina Providência, como maneira de viver a pobreza evangélica; buscar a Deus na oração diária; e disposição alegre de servir os irmãos necessitados. Tudo isso diz respeito a princípios constitutivos do carisma inspirado por Deus a padre Jonas, e que posso testemunhar o quanto ele colocava em prática.
A família franciscana comemorou no último dia 17 de setembro os 800 anos do acontecimento místico do surgimento dos estigmas no corpo de São Francisco. A vida do Santo Seráfico esteve profundamente marcada pelo mistério de Jesus Crucificado. Como não recordar a experiência que ele teve com o crucifixo da igreja de São Damião, momento determinante de sua vida e da espiritualidade franciscana? “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja”, ouviu em seu coração estas palavras de Jesus.
Todo carisma tem essa força de contribuir com a edificação da Igreja de Cristo, e, por isso, posso afirmar com muita simplicidade: padre Jonas movido pelo poder do Espírito Santo deixou para a Igreja um legado carismático que também contribui com a edificação da Igreja na graça da santidade de Cristo Jesus.
(*) É presidente da Comunidade Canção Nova e da Fundação João Paulo II.
Foto: Arquivo/CN