Luigi Polezze
Três estudantes do Colégio Progresso, em Araraquara, levaram o nome da cidade ao pódio da Olimpíada Brasileira de Foguetes (OBAFOG) 2025, conquistando o título de melhor equipe do estado de São Paulo e a posição como uma das 10 melhores equipes de todo o Brasil. O grupo formado por Murilo Sinatura Asturiano (17), Bruno Pisani (16) e Lucas Pavoni (16) brilhou na competição nacional realizada entre os dias 13 e 16 de outubro, no Rio de Janeiro, reunindo 92 equipes de todo o país.
A conquista foi fruto de meses de pesquisa, dedicação e prática intensa. O capitão da equipe, Bruno, conta que o interesse surgiu em sala de aula, quando o professor José Sérgio Pereira, docente de física e matemática do colégio há 12 anos, apresentou o projeto.
“No começo, a gente entrou pela nota, porque a escola dava um benefício. Mas, durante o processo, eu comecei a gostar de verdade. Estudei muito sobre foguetes e, depois de várias tentativas e erros, conseguimos aprimorar o projeto e conquistar o ouro nas classificatórias”, relatou Bruno.
A Olimpíada Brasileira de Foguetes é uma extensão da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e tem como objetivo despertar o interesse dos alunos pelas ciências exatas por meio da construção e lançamento de foguetes experimentais. O desafio, explica o professor José Sérgio, é unir teoria e prática:
“A competição envolve física, matemática e até noções básicas de engenharia. As equipes são divididas por níveis de escolaridade e precisam desenvolver foguetes capazes de atingir distâncias mínimas de 100 metros. É um trabalho científico e colaborativo que dura de dois a três meses.”
No Colégio Progresso, o projeto envolveu 17 equipes, das quais as três melhores se classificaram para a fase nacional. O grupo de Murilo, Bruno e Lucas superou as expectativas, alcançando marcas expressivas ainda nas seletivas internas.
“A gente já sabia que passaria, porque nossos testes ultrapassavam a distância mínima. Mesmo assim, ver o nome confirmado e saber que iríamos representar o estado foi muito gratificante”, contou Bruno.
A viagem ao Rio de Janeiro foi marcada por emoção e aprendizado. Além da competição, os alunos tiveram contato com pesquisadores, astronautas e representantes de universidades federais.
“Foi uma troca incrível. Tinha gente de todo o Brasil e até especialistas em propulsão que já desenvolveram foguetes de 10 quilômetros de alcance. Isso mostra o quanto ainda podemos crescer”, destacou o professor José Sérgio.
O desempenho do time chamou atenção pela maturidade e pela capacidade de inovação, mesmo sendo a primeira participação da escola na competição. “Muitas equipes já têm tradição e estrutura olímpica. A nossa era a primeira, um verdadeiro ‘bebê’, mas mesmo assim conseguimos o primeiro lugar em São Paulo”, completou o professor, orgulhoso.
O sucesso também contou com o apoio essencial do Colégio Progresso, que forneceu recursos e suporte logístico à equipe.
“O colégio comprou os materiais para os testes, como vinagre e bicarbonato, custeou a viagem, hospedagem, inscrição e equipamentos obrigatórios como jalecos e óculos de proteção”, lembrou Lucas. “Eles acreditaram na gente, e isso fez toda a diferença.”
Segundo José Sérgio, a intenção é transformar a Olimpíada de Foguetes em um projeto fixo do calendário escolar, incentivando novos alunos a participar.
“A escola nos deu liberdade e estrutura para trabalhar. Agora, com o apoio da direção, queremos que essa experiência se repita todos os anos e inspire outros estudantes a mergulhar na ciência”, afirmou.
Para os jovens campeões, a experiência ultrapassa o pódio. “Mais do que um título, foi uma realização pessoal. A gente aprendeu a trabalhar em equipe, a lidar com erros e a transformar teoria em prática. E isso não tem preço”, concluiu Bruno.

