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“Gosto de papéis que me façam sofrer”

Maria Flor busca consolidar a carreira através de papéis com forte apelo dramático

Texto: Fabíola Tavernard/PopTevê

Apesar de curta, a trajetória televisiva de Maria Flor é bem direcionada. A atriz, que estreou nas telas como a seca Rê em “Malhação”, deu seqüência como a chorona Tina em “Cabocla”, e agora vive uma personagem não menos sofrida em “Belíssima”, está, definitivamente, seguindo uma linha dramática. Na pele de Taís, ela experimenta as agruras de uma vítima do tráfico internacional de mulheres, que é obrigada a se prostituir para sobreviver. Engana-se, porém, quem acredita que aparecer, quase sempre debulhando-se em lágrimas, é motivo de queixa para a atriz de 22 anos. “Eu gosto de personagens densos. Tem de haver conflito, senão, não é novela”, avalia, sem medo de estereótipos.

Mais difícil do que chorar e fazer cara de coitadinha em cena foi, para Maria Flor, conviver e conhecer de perto as dificuldades vividas por verdadeiras garotas de programa. O laboratório que fez anteriormente, para o filme “O Diabo a Quatro”, de Alice de Andrade – onde também viveu uma prostituta -, já havia, de certa forma, a ajudado a entrar no espírito da personagem. Depois, a atriz colheu depoimentos, visitou “inferninhos”, e passeou pelo calçadão de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para observar trejeitos e entender o que se passa na cabeça das reais “profissionais do sexo”. O resultado a ajudou a compor, mas também lhe deixou impressões nada “saudáveis”. “A vida delas é tão sofrida que elas acabam se tornando pessoas frias, descrentes na possibilidade de um dia serem felizes. E acho importantíssimo essa polêmica ser retratada na tevê”, pondera

A mesma segurança que usa para defender a abordagem do tema por Silvio de Abreu, Maria usa para explicar que já se dá, sim, ao luxo de recusar personagens. Ela conta que através de uma simples leitura do texto é capaz de avaliar se está ou não apta para interpretar este ou aquele tipo. “Eu leio um texto e falo: ‘esse papel não é para mim'”, afirma. Mas jura que isso nada tem a ver com direcionamento de carreira. “Só faço o que eu acredito que vá fazer bem feito”, argumenta, explicando que até já tentou fazer comédia, em seu quarto filme, “É Proibido Proibir”, de Jorge Duran, que será lançado este ano, mas não se sentiu confortável.

Embora especificamente a comédia não seja seu forte – pelo menos até agora -, o universo artístico sempre fez parte da vida de Maria Flor. Dançarina desde criança, logo a carioca se interessou pela interpretação e procurou cursos de formação. Daí para os primeiros convites para comerciais, aos 14 anos, para o primeiro filme, “O Diabo a Quatro”, e finalmente para a novelinha adolescente, não demorou muito. Na verdade, o que a atraía, de início, era a “graninha” extra, que possibilitava badalar pelo shopping sem precisar pedir dinheiro para a mãe, e ainda guardar algum para curtir férias em algum lugar “da moda”. “Era ótimo”, recorda. Mas o que era apenas curtição, virou coisa séria, e agora Maria Flor cursa Artes Cênicas na UniRio e pensa, ainda que sem maiores compromissos, em aceitar o convite para uma peça após o fim de “Belíssima”. “Eu não planejo tanto, as coisas normalmente vão acontecendo. Mas quero muito voltar a fazer teatro”, explica.

Entre os personagens sonhados pela atriz, inclua-se a Nina, da peça “A Gaivota”, de Antoine Tchékov, e a personagem-título de “Melinda e Melinda”, de Woody Allen. A Heloísa, vivida por Cláudia Abreu na minissérie “Anos Rebeldes” é outra personagem que exerce fascínio na atriz. “Não adianta. Gosto de papéis profundos, que me façam sofrer muito, ir até o fundo do poço”, conclui, enfática.

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