Com vereadores comprometidos mais com o bem-estar do prefeito do que de moradores, uma oposição sem energia que se contenta com fumaça e não tem motivação para enfrentar vereadores agregados ao Executivo (12 vereadores exterminam freios e contrapesos inerentes aos poderes que emanam do povo), Araraquara vive uma orfandade de causar dó. Essa, a razão de pedir socorro ao Ministério Público.
Não é possível o agente político se eleger e depois fazer o que bem entende do mandato outorgado por tempo determinado. Não basta pedir para não votar neste ou naquele, a representação democrática precisa de exemplos para aprimorar o processo eleitoral. O vereador não pode ignorar a dimensão de seu papel, isso é essencial. Tem que ser expulso por ausência de trabalho qualificado e prometido tacitamente nas urnas. Onde está o artigo que permite expulsar vereador entreguista? Nem precisa ser tipificado, devemos fazer barulho para construir barreira contra a reeleição de gente pouco afeita à representação da comunidade. Processo das lousas, crítica e tristeza de vereador; desassoreamento da Represa das Cruzes, uma ilha cuja mata dá inveja a muitos programas de reflorestamento; cidade suja, praças imundas, ruas e avenidas cheias de mato e buracos; Daae se responsabilizando pelo lixo, cobrando e pagando um dinheirão para armazená-lo e não faz lição de casa: o que tem feito para salvaguardar o Aquífero Guarani? Qual o investimento em redes de distribuição considerando que 38% de água tratada são desperdiçados? E agora vem alguns vereadores dizer que a ETE – Estação de Tratamento de Esgoto tem cheiro esquisito. Qual o perfume de preferência dos nobres edis? Ah! Um líquido fétido está sendo jogado no Ribeirão do Ouro… por que os senhores, donos de um salário enorme, não buscam a causa e cobrem de quem de direito? Ainda bem que falta um pouquinho mais de 1 ano para acabar essa base de sustentação… tem sido vergonhosa, nada exemplar para o estado democrático de direito.
Enfim, nobres: façam algo para justificar o mandato, salário alto e contingente de assessores. Basta diminuir o número de vereadores (19 para 13 ou 15) e determinar salário mínimo para representar o povo. Como não precisa de dedicação exclusiva e política não é profissão, que tal um salário de R$ 788,00? Mas façam logo, várias cidades adotam essa mudança de comportamento para dignificar a democracia representativa. Não sejam os últimos.