Vivemos tempos de ruído constante. A informação virou arma, e até nas conversas cotidianas parece haver sempre uma tensão no ar. O mundo está em ebulição — guerras, crises econômicas, mudanças climáticas, intolerância crescente. Em meio a tudo isso, as pessoas não se entendem mais. Ou talvez tenham desaprendido a escutar.
Mas se o mundo parece fora do nosso controle, o nosso entorno imediato ainda está ao alcance das nossas escolhas. E é aí que começa a mudança: na nossa casa, com nossos vizinhos, nas ruas do nosso bairro. Não podemos resolver os grandes conflitos globais sozinhos, mas podemos criar pequenos oásis de serenidade no lugar onde vivemos.
Serenidade não é indiferença. É a disposição de agir com calma e clareza diante dos desafios. E isso começa com atitudes simples — um bom-dia dado com sinceridade, o respeito pelo espaço e pelo silêncio do outro, a disposição de ouvir antes de responder. Pode parecer pouco, mas é assim que se constrói uma convivência menos tensa, mais humana.
Cuidar do lugar onde vivemos é também um ato de resistência. Plantar uma árvore na calçada, manter a frente da casa limpa, participar de um mutirão no bairro, ajudar um vizinho idoso com as compras — são gestos que resgatam o espírito comunitário que anda desaparecido. Não há serenidade sem pertencimento.
Na política local, precisamos apoiar líderes que promovam diálogo, que ouçam mais do que gritam, que pensem em soluções para todos, e não apenas para os seus. A cidade que queremos começa nas pequenas decisões: no conselho da escola, na reunião de condomínio, na feira da praça.
Ser sereno em tempos de caos é um ato de coragem. E o nosso papel, como cidadãos, é acender essa chama onde for possível. O mundo pode até estar em ebulição, mas a paz — ainda que pequena — começa onde estamos
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