A atual administração municipal tem enfrentado pressão intensa. É compreensível que a população cobre soluções rápidas — afinal, vive diariamente as consequências de ruas deterioradas, serviços públicos fragilizados e estruturas administrativas defasadas. Mas também é necessário reconhecer que não há mágica capaz de arrumar tudo de um dia para o outro.
A crise financeira que atinge a cidade não é um fenômeno isolado. Municípios de toda a macro-região estão
igualmente sufocados pela escassez de recursos públicos.
A desaceleração econômica, somada à queda de repasses e ao aumento das responsabilidades municipais, criou um cenário em que prefeitos e gestores precisam fazer “malabarismos” para manter o mínimo funcionando.
Ainda assim, a clama por resposta é grande e, em sua maioria, legítima. A população quer ver movimento. Quer ter a certeza de que, mesmo com pouco, a administração está priorizando com responsabilidade e transparência. O desgaste político é inevitável quando as mudanças não aparecem com a rapidez desejada.
Resta ao governo atual encarar esse momento com firmeza, comunicação clara e decisões consistentes. Reconstruir uma cidade exige planejamento, continuidade e coragem para enfrentar tanto os problemas herdados quanto os novos desafios que surgem.
As críticas virão, como sempre vieram. Mas é na capacidade de transformar esse ruído em ação, em algo construtivo enquanto mantém um avanço concreto que se mede a força de uma gestão que pretende deixar um legado — e não apenas “sobreviver” ao mandato.