Marilene Volpatti
Compra-se quase tudo com ele. Não existe nada comparado ao seu poder.
Quem já não ouviu a melodia cantada pelo saudoso Tim Maia, que diz: “…Não quero dinheiro, eu só quero amar…”. Existem também, ditados populares: “Dinheiro não traz felicidade”, “Não compra amor” ou “Tira o sossego”. Seja lá como for, desde que o homem deixou para trás os escambos ou trocas – mercadorias que as pessoas produziam – e apareceu o “dinheiro”, uma revolução tomou conta dos nossos costumes. É dessa época o hábito de se associar o dinheiro ao amor e à felicidade.
Muito mais do que os cifrões abrigados em contas particulares, de pessoas que escondem até mesmo da família que possuem determinada quantia, o dinheiro pode causar estresse, problemas de saúde, influenciar relações amorosas e direcionar uma carreira. Ter dinheiro, é ter poder.
Dinheiro é energia que tanto pode beneficiar milhões de pessoas como também destruir vidas. Tudo depende da maneira como lidamos com essa energia.
Dividir e comprar
Dá para se ter uma idéia do poder do dinheiro, em situações de partilha de bens, fim de casamentos ou sociedades. Indivíduos que antes se amavam, caminhavam juntos, se admiravam, passam a ter ódio um pelo outro. A relação pessoa/dinheiro revela aspectos importantes na personalidade, isto é, o dinheiro interfere decisivamente na vida interior das partes envolvidas.
A correlação dinheiro/amor é a campeã dos conflitos. Não muito tempo passou na TV, o filme “Proposta Indecente”, onde a atriz Demi Moore fazia o papel de mulher casada que, para melhorar a vida financeira do casamento, deveria dormir com um milionário. Em troca receberia um milhão de dólares. O filme, com certeza, mobilizou a opinião de muita gente se deveria ou não aceitar a proposta.
O amor é comprado com dinheiro? Essa pergunta não cabe somente ao filmes. Muitas relações afetivas se mantêm pelo poder que ele oferece. As pessoas envolvidas, nesse tipo de relacionamento, sentem um vazio muito grande quando isso ocorre. O que acontece, é que em troca do dinheiro e dos presentes caros, esperam receber amor verdadeiro. Isso é praticamente impossível. Só quem dá amor e respeito pode esperar receber o mesmo em troca.
Não é difícil ver que, muitas vezes, o dinheiro passa a fazer parte de uma relação. Onde havia amor sincero, sobra uma grande frustração. Não há nada de errado em dar e receber presentes. Só é preciso saber o que se espera em troca.
Ganhar pouco ou muito dinheiro pouco importa. O que realmente vale é a relação que cada indivíduo estabelece com ele próprio. Aí é que se deve ter consciência que quem manda no dinheiro é você, não o contrário.
O passado
A imagem que fazemos em relação ao dinheiro, seja ela boa ou ruim, tem a ver com nossos familiares, especialmente dos pais. Genitores muito apegados a dinheiro, ou que desfaziam dele, passam essas características para os filhos que, sem perceberem, reproduzem esse comportamento.
É necessário aprender a cuidar dele de forma racional, administrar melhor e respeitá-lo.
Há pessoas que ficam doentes com dores musculares e na coluna, porque não sabem administrar o dinheiro. Para se ter uma idéia de como acontece, é só observar se: numa discussão em família, por causa de dinheiro, alguma dor mais forte é sentida no corpo naquele momento. Se ocorreu, está na hora de aprender a lidar com o cifrão.
É necessário se conscientizar sobre a ligação do dinheiro com a saúde. Caso contrário, o desgaste dessa relação distorcida será grande, física e psicológica.
Em nosso país, onde a moeda se mostra instável, as pessoas precisam ter uma relação mais equilibrada com o dinheiro.
A moeda é meio, não fim.
Serviço
Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.