Não há como serem evitados os dias tristonhos. Para a Cilene e eu, podemos afirmar que tivemos uma semana tristonha, chorando pelas mortes de duas pessoas que nos eram queridas e preciosas: a Avó da Cilene e minha irmã Loyde.
Dia 19, dia da Bandeira, faleceu a avó da Cilene, Dona Benedicta Rolan de Lima, aos 99 anos, sobre quem já escrevi neste espaço, publicando uma bonita foto dela, muito forte e orientada. Ela faleceu lá no Hospital São Paulo, onde estava internada quase em frente do quarto onde estava sofrendo atrozmente minha irmã Loyde.
Loyde já vinha doente e o estado dela descambou muito quando lhe faleceu o marido Daniel no dia 19 de abril deste ano, Dia do Índio, aos 80 anos. Eles estavam casados havia 55 anos e eram muito unidos e carinhosos entre si.
Loyde faleceu no domingo passado, dia 24 de novembro, às 3 horas da manhã, aos 75 anos, fazendo nosso dia tristonho, como foi também tristonho para os parentes, os amigos e todo o pessoal da Igreja Presbiteriana da Rua Quatro, onde Loyde e Daniel sempre foram fieis participantes, cantaram no coral e também em solos e duetos com suas vozes encantadoras.
Para nosso próprio alívio da tristeza, existe aquela frase de consolo de que ela descansou do sofrimento que a vinha atormentando, e a todos que a queríamos bem, em todo o decorrer deste ano de 2002.
Eu escrevo neste espaço todos os domingos, há vários anos, procurando trazer alegrias aos leitores quando conto episódios alegres de minha vida ou da vida daqueles que me rodeiam. Que me perdoem os leitores, na data de hoje, desabafar-me pelo DIA TRISTONHO, que foi o domingo passado em que minha irmã caçula Leila e eu perdemos nossa irmã mais velha.
Estamos nós três juntos, Leila, eu e Loyde, na foto da direita, tirada em 1998 durante uma festa no Clube 22.
Na foto da esquerda, estou abraçando a Loyde e seu amado Daniel lá na FACIRA, durante um jantar no ano passado.
Nossa família toda agradece de coração ao Dr. Sérgio Macedo pelos cuidados médicos prestados à Loyde durante anos de difícil luta contra a doença que a afligia. Também agradecemos a outros médicos capazes e dedicados ao caso dela, especialmente ao Dr. Reinaldo Bonfá, que zelou por ela nestes últimos dias de internação.
Todos nós, familiares da Loyde, também agradecemos à cobertura plena dada pela Unimed, aos funcionários do Hospital São Paulo e ao CORA, da Santa Casa, pela dedicação e presteza.
O resto são as saudades e nossos sentimentos tristonhos…
AUDRY E DAVID – MEUS HERÓIS
Audry e David são dois jovens personagens, ainda menores, aos quais, com muito respeito e estima, estou chamando hoje "MEUS HERÓIS".
Audry Leão Ormond e David Fante são meus sobrinhos-netos. Ambos são alvos de respeito e admiração de toda a nossa família, pois, durante duríssimas e longas semanas, se dedicaram aos cuidados de minha irmã Loyde, severamente doente, num verdadeiro entra-e-sai do Hospital São Paulo, enfraquecendo e sofrendo dia a dia, até que, de uma forma serena, nos deixou.
Ora chamando a Loyde de avó, ora de mãe, Audry e David lutaram pela vida dela e cuidaram da pessoa dela de uma forma que alguns seriam capazes de fazer de modo igual, pois melhor seria impossível. Quem já viveu experiências com pacientes em final de vida sabe avaliar o difícil que é cuidar de doentes acamados, sendo que, no caso de minha irmã Loyde, não lhe faltou, um dia sequer, o afeto, o calor humano, a manifestação de carinho e o companheirismo que foi dedicado a ela pela Audry e pelo David, em gestos de tempo integral, de leitura nos olhos e pelo hasteamento fulgurante da bandeira da caridade, que é a maior das virtudes.
Meus heróis, Audry e David: Meu muito obrigado e o agradecimento de toda a família e dos amigos. Nós os admiramos e nos curvamos diante do ato de bondade de vocês, que jamais será esquecido.
Nós gostamos de vocês. Todos gostam de vocês.