Desânimo não, alegria, sim!

Marilene Volpatti

A alegria é mais importante do que parece. Necessitamos dela no dia-a-dia.

Supõe-se que a vida seja uma festa. Então por que, em algumas, ela lembra um manjar sem ameixas? Mesmo vivendo numa época, na qual podemos escolher os parceiros, carreira e divertimentos, muitos parecem incapazes de usufruir o prazer que ela proporciona.

Anhedomia, palavra grega, é definição dessa nossa incapacidade, que segundo os psiquiatras, é comum. Para sair dessa, não há necessidade de ajuda médica, conseqüentemente, do remédio também não. Necessário se torna entender por que ficamos tão desanimados e, simultaneamente, cono colocar a alegria de volta a vida? Especialistas estão convencidos de que a alegria é mais importante do que se possa imaginar. Necessitamos do prazer no dia-a-dia. Não é luxo, mas, uma necessidade de nosso organismo.

A facilidade de sentir prazer pela vida, é sinal de que a saúde espiritual, mental e física estão em alta. O contrário, a dificuldade de desfrutá-lo é um alerta que precisamos mudar alguma coisa em nossa vida.

A Anhedomia não permite que o indivíduo fique em contato com suas próprias necessidades. Ela inibe a capacidade de apreciar as coisas boas e belas da vida.

O passo certo para desinibir é deixar de pensar que a vida só é ótima no papel. É também, na prática. O problema tem pouco a ver com o exterior e tudo com o íntimo – é decorrente da culpa, ansiedade sexual, desejo de sucesso e até mesmo do verdadeiro divertimento.

Há pessoas que só se entregam à alegria quando acreditam que realmente fizeram alguma coisa para ter direito a ela – normalmente é algum sacrifício.

Existem maneiras de descobrir se estamos nos sabotando para sermos alegres.

Deixar para amanhã

Quem já não pegou dizendo:”no ano que vem, quero começar com o pé direito para minha vida mudar”. Costumamos, também, condicionar nossa alegria a fatos com poucas chances de acontecer. Alguns indivíduos acreditam que só serão felizes quando não tiverem mais problemas. Essa espera não é uma realidade.

A mulher, por exemplo, é mais sabotadora que o homem. Só aceita sua felicidade se for perfeita. Quando a meta é a perfeição, ela pára num único elemento que não é perfeito, permitindo que ele cresça e destrua sua felicidade.

Compulsivo

Divertimento não se compra. Gastar dinheiro em roupas luxuosas, restaurantes caríssimos, jóias… não traz felicidade à ninguém, a não ser mais dor de cabeça pelas dívidas contraídas.

Para os analistas, quanto menos alegria sentimos, mais compulsivos nos tornamos. Muitas vezes é aí que entram as drogas. Corremos tanto no dia-a-dia que não conseguimos desfrutar das pequenas coisas belas que estão ao nosso alcance, de graça.

A mulher costuma ser a maior vítima. A maioria foi criada de tal forma que sente no dever de pensar primeiro no prazer dos outros e, depois, em si própria. Quando cresce interiormente, percebe o quanto deixou de fazer por si. Crescer significa aprender assumir responsabilidades pelos próprios atos e incluindo os prazeres. Se fazemos alguma coisa simplesmente porque gostamos, não podemos nos magoar quando alguém menos informado, nos chama de egoístas. É a mesma coisa quando nos desdobramos pelos outros, não podemos esperar aprovação e sim, apostar na satisfação íntima.

Aproveitar

Os indivíduos que não conseguem tirar proveito da vida, dividem seu dia-a-dia em dois escalões: trabalho e lazer, e esperam encontrar alegria apenas no lazer. Mas precisamos encontrar maneiras de aproveitar o tempo que passamos no trabalho. Com certeza existem muitas que nos trazem alegria.

É necessário descobrir o que nos faz feliz e correr atrás disso. Se gostar de piadas, por exemplo, siga em frente sem se questionar. Na hora do cafezinho reúna um grupinho com o mesmo gosto e solte a fera de dentro de você.

Organizar

Se uma vez por mês, você pensa numa clínica de beleza para desestressar-se com uma bela massagem, reserve tempo para esse momento. De nada adiantará chegar atrasada, passar o tempo todo preocupada com seu compromisso e, no final, verificar que não conseguiu relaxar como deveria. O desgaste será ainda maior.

Se organizou uma viagem em companhia de alguém e de última hora essa pessoa não pode ir, não se sinta culpada. Há quem se sinta feliz se seu relex incluir o prazer de outras pessoas. Não tem o por que de se sentir culpado de estar se divertindo e o outro não. Cada um é dono de seu nariz.

Ampliando horizontes

Se suas noites e finais de semana andam sem motivação, mude seus hábitos. Caminhe, arrume novos amigos. Cada novo personagem conhecido é uma nova experiência de vida. Faça alguma coisa por pessoas de menos sorte que você. Ao fazer o bem a alguém se sentirá aliviado. Mas não espere reconhecimento. Sinta só o quanto é bom ajudar ao menos favorecido.

Lembre-se que ninguém é feliz o tempo todo. Quando estiver na pior, achando que todos os problemas do mundo estão com você, que só você é tremendamente infeliz, não se culpe. Nesse momento só procure forças para levantar o astral e seguir em frente. O tempo é o único remédio para resolver qualquer problema. Na noite existe a sombra, no dia a luz. Pense nisso e procure alegria nas pequenas coisas que estão a sua volta, que vão desde o simples observar das plantas e animais a uma meditação mais profunda. Tudo isso feito com despreendimento traz prazer e alegria.

FELIZ NATAL

Serviço

Consultoria: Drª Tereza P. Mendes, psicoterapeuta corporal, fone:- 236-9225.

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