Luigi Polezze
Uma grave denúncia contra a atual administração do antigo “Instituto de Cegos Santa Luzia”, em Araraquara, veio à tona nesta sexta-feira (30), após reportagem veiculada pelo Jornal da EP. O caso foi revelado por uma ex-interna da instituição, que apresentou relatos de possíveis irregularidades na gestão e omissão de cuidados com os acolhidos.
Segundo a ex-interna, desde a chegada da atual diretoria, três dos dez residentes faleceram. Ela, por sua vez, decidiu deixar o local por temer pela própria integridade e afirma ter denunciado a situação ao Ministério Público. No depoimento de uma cuidadora, também é apontado que alguns internos enfrentavam graves problemas de saúde e não recebiam o devido atendimento.
Além disso, a reportagem expôs possíveis práticas de nepotismo ou favorecimento, ao indicar a contratação de diversos membros de uma mesma família, todos com remuneração registrada. A dúvida gira em torno da legalidade e da ética da medida: trata-se de má-fé administrativa ou de mera dificuldade em contratar profissionais por salários menores?
A resposta da atual gestão veio em tom de defesa. Anderson Amaral, diretor administrativo do instituto, afirmou que as acusações partem de revanchismo por parte de pessoas ligadas à antiga administração. No entanto, chamou a atenção o fato de o diretor ter recusado uma visita da equipe de reportagem ao local, além de declarar que não se pronunciará novamente até que o caso tenha parecer oficial da Justiça e de seus advogados.
O silêncio da administração e a recusa de acesso à imprensa aumentaram ainda mais as incertezas em torno da denúncia. Com o caso já sob análise do Ministério Público, a população aguarda esclarecimentos e medidas que garantam a transparência e o bem-estar dos atendidos pela instituição.
O Jornal de Araraquara seguirá acompanhando os desdobramentos.
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