Luís Zanini (*)
Marcelo Barbieri denuncia a Direção Nacional do PMDB que “perpetrou um crime contra a democracia interna do partido e um desrespeito ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que havia concedido liminar ao Diretório Estadual de São Paulo”, ao decretar intervenção na seção paulista do partido.
Segundo Barbieri, a intervenção é uma tentativa de impedir que o PMDB apoie o governo Lula, pois o diretório de São Paulo apoiou o candidato do PT no primeiro e no segundo turno da eleição presidencial. O deputado disse que uma convenção marcada para o dia 25 de janeiro é que vai decidir a participação do PMDB no governo.
“Mas a resposta da direção nacional foi a violência, a atitude ditatorial, fascista, reacionária em tentar calar a vontade das bases do PMDB paulista, eleita democraticamente e que agora, os derrotados, como os deputados Wagner Rossi e Milton Monti, pedem a intervenção no partido com outros demais membros que não fazem parte da história política do nosso partido”, disse.
Na avaliação de Barbieri, a decisão da direção nacional tem o objetivo de desgastar a liderança do presidente do PMDB de São Paulo Orestes Quércia, que teve 5,5 milhões de voto nas eleições para o Senado tornando-se o político do partido mais votado nas últimas eleições.
“Ele (Quércia) tem procurado comandar o nosso partido em São Paulo com muita firmeza, defendendo os interesses partidários. Nesse sentido, essa intervenção visa evidentemente uma perspectiva futura de fusão do PMDB com o PSDB, que é a vontade política do presidente nacional do partido, o deputado Michel Temer, que não esconde isso de ninguém”, afirma
Barbieri denunciou também que o presidente nacional do PSDB José Aníbal aguardava ansiosamente, próximo ao local da reunião, “o resultado dessa violência, dessa atitude fascista, reacionária de querer intervir no Diretório de São Paulo, cujo único erro foi defender a candidatura Lula na opinião da direção nacional”.
Para o parlamentar, “de nada vale essa intervenção porque é ilegal, foi condenada pela Justiça que atribuiu uma base ilegítima na atitude. Tanto que essa decisão tomada ontem (terça-feira) não tem efeito prático, mas político”.
Barbieri disse que “o deputado Michel Temer não conhece a base partidária do PMDB de São Paulo, muito embora seja do nosso Estado. Ele tem temor de enfrentar politicamente a base, porque sabe que esta repudia as suas atitudes de entregar, de vender o nosso partido; de querer liqüidar a nossa legenda, mas não vai conseguir, porque o PMDB é muito maior do que ele”.
O deputado considerou que “o PMDB de São Paulo não vai se curvar nem se intimidar com essa tentativa de boicotar a participação do PMDB no governo Lula, porque o partido quer mudar este País por não suportar mais essa política neoliberal – uma vergonha nacional – que liquidou com nosso desenvolvimento, apoiada pela direção nacional do nosso partido”.
(*) É jornalista-assessor.