Conselho de Segurança da ONU adota dura resolução contra Síria

Por Evelyn Leopold e Irwin Arieff

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou por unanimidade nesta segunda-feira uma resolução exigindo que a Síria coopere com a investigação da entidade sobre o assassinato do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri, sob pena de ser alvo de “outras medidas”.

Os Estados Unidos e a França propuseram a resolução em resposta ao duro relatório, divulgado neste mês por uma comissão da ONU. Segundo o documento, as forças de segurança sírias e seus aliados no Líbano organizaram o atentado a bomba de 14 de fevereiro no qual foram mortos Hariri e outras 21 pessoas.

O relatório, elaborado pelo promotor alemão Detlev Mehlis, chefe da investigação, também acusou a Síria de não cooperar.

Cerca de 11 ministros das Relações Exteriores ou seus vices dos 15 países-membros do Conselho de Segurança viajaram até Nova York para participar da reunião do órgão, o que indica a importância do encontro. O texto da resolução foi negociado até o último minuto.

“Com nossa decisão de hoje, mostramos que a Síria se isolou da comunidade internacional ao divulgar comunicados falsos, ao dar apoio ao terrorismo, ao interferir nos assuntos de seus vizinhos e ao ter um comportamento desestabilizador no Oriente Médio”, disse a secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice. “Agora, o governo sírio precisa adotar uma decisão estratégica e mudar seu comportamento”. A resolução foi aprovada pelos 15 países-membros do Conselho de Segurança depois de a França e os EUA, principais autores do texto, terem concordado em tirar dele uma menção a sanções econômicas. Ao invés disso, a resolução promete que serão adotadas “outras medidas”, não especificadas, se a Síria não cumpri-la.

A resolução exige que o governo sírio coopere “incondicionalmente” com a investigação da ONU e manda que ele prenda ou disponibilize para serem interrogadas pessoas suspeitas de envolvimento no atentado.

O texto também prevê o congelamento dos bens e a proibição de viagem de suspeitos a serem nomeados pela comissão da ONU ou pelo governo libanês.

A morte de Hariri, um opositor da dominação síria de seu país, transformou o cenário político do Líbano. O assassinato obrigou a Síria a retirar suas tropas do Líbano depois de três décadas de ocupação, e colocou uma pressão sobre o presidente libanês Emile Lahoud, pró-Síria, para renunciar.

O ministro das Relações Exteriores francês, Philippe Dousle-Blazy, disse que o Conselho de Segurança tinha “apenas um objetivo: a verdade, toda a verdade sobre a morte de Rafik Hariri a fim de que os responsáveis por ela respondam pelo crime”.

Mas o Brasil mostrou cautela diante da possibilidade de que sejam adotadas sanções contra a Síria. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, afirmou que qualquer medida adicional apenas poderia ser adotada com base em fatos. As investigações estão previstas para durar até, pelo menos, 15 de dezembro.

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