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Comparando…

Antonio Delfim Netto

Por maior que seja o esforço da oposição para “demonstrar” que quase nada mudou (ou que a vida até piorou, como afirmam líderes mais ansiosos) é inegável que a economia brasileira melhorou significativamente nestes três anos de governo Lula. Em termos de crescimento não aconteceu nada de glorioso, mas em quase todas as áreas examinadas houve progresso. São resultados – como no caso dos níveis de emprego – que contribuem para a melhoria do padrão de vida da população trabalhadora ou – como acontece com as exportações – revelam uma forte redução da dependência externa. Os indicadores da economia condensados no quadro abaixo, comparando a situação no final de 2002 (quando terminou o período FHC) com dezembro de 2005, terceiro ano do atual governo, dão uma idéia da mudança. Sua divulgação recente causou alguma urticária no olimpo tucano mas os dados são irretocáveis:

Com tais diferenças fica a cada dia mais difícil sustentar o slogan que “a política econômica de Lula é cópia da de FHC, só que executada com menor competência”. A verdade é que o atual governo, graças à expansão do comércio exterior e a uma política fiscal mais responsável, iniciou a desmontagem das armadilhas interna e externa construídas no governo anterior desde quando permitiu somar 186 bilhões de dólares de déficit em conta corrente. É preciso não esquecer que a administração tucana deixou como herança uma pesada carga tributária, fruto bastardo da dívida de 55,5% do PIB, muito mal financiada e que produziu a política de juros altos que inibe nosso crescimento. A relação Dívida Líquida/PIB caiu para 51,6%, após três anos.

Duas semelhanças ainda são perturbadoras: a manutenção do alto nível da carga tributária bruta e a ausência de rigor no controle dos gastos públicos. O Brasil parece que abandonou o critério de cortar despesa de custeio para aumentar os investimentos públicos. Desde o governo FHC as despesas de custeio crescem anualmente 6% em termos reais, enquanto o PIB cresceu abaixo de 3% ao ano, na média. Tenho repetido com insistência (apesar da fraca audiência) que os gastos de custeio da máquina pública aumentaram tanto nos últimos 10 anos que o Estado brasileiro não cabe mais no PIB brasileiro! Precisamos então de um “choque de gestão”, ou seja de um programa inteligente e persistente de redução da despesa pública, exigindo análise da rentabilidade de cada centavo que vai ser gasto, enfim gastar melhor o recurso para conseguir o crescimento com equilíbrio.

Os números do quadro acima mostram que podemos atingir em pouco tempo a “velocidade de escape” da terrível armadilha em que nos encontrávamos em 2002. Estou convencido que o Brasil está “quase” preparado para uma segura viagem ao desenvolvimento econômico robusto, com estabilidade monetária, equilíbrio externo e redução das desigualdades de renda, pessoais e regionais.

E-mail: dep.delfimnetto@camara.gov.br

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