Alessandro Giannini (*)
Prêmio Brasil Olímpico consagrou os melhores do esporte em 2001 e homenageou os melhores atletas olímpicos do passado.
O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) realizou, nesta semana (17), na Escola Naval do Rio de Janeiro, a 3ª edição do “Prêmio Brasil Olímpico 2001”. Foram premiados os melhores atletas de cada modalidade esportiva olímpica do ano, além de homenagear os grandes atletas brasileiros que se destacaram na história entre as Olimpíadas de 1920 na Antuérpia e de 1968, no México. Para o próximo ano serão homenageados os atletas brasileiros que participaram de 1972, em Munique, até 2000, em Sydnei, juntamente com os melhores de 2002. A cerimônia foi dirigida pelo Presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. Entre os homenageados do passado, o araraquarense Anésio Argenton, do Ciclismo, cuja participação em Olimpíadas se deu no ano de 1956 em Melbourne, na Austrália, e em 1960 em Roma, na Itália. Na ocasião obteve a 6ª colocação na prova do Km contra o relógio sendo o detentor do melhor resultado do Ciclismo Brasileiro de todos os tempos, na história das Olimpíadas.
O Prêmio de melhor atleta brasileiro do ano de 2001 foi entregue ao paulista Robert Scheidt, Velejador Pentacampeão Mundial da classe laser, obtido em Cork, na Irlanda e considerado pela Federação Internacional de Vela como o melhor velejador do mundo em 2001, prêmio mais que merecido apesar dos fortíssimos concorrentes Gustavo Kuerten, do tênis (vencedor no ano passado) e o jogador Nalbert, do vôlei.
Já o prêmio para a melhor atleta brasileira do ano confirmou as expectativas e ficou com a Ginasta Daniele Hypólito, primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha (prata) no Mundial de Ginástica. A “pequena notável” conquistou além de outros títulos a medalha de ouro na categoria solo no Torneio Internacional de Marselha. Concorreram com Daniele a Jogadora de Basquete da WNBA Janeth dos Santos Arcain e a atleta do Salto em Distância Maurren Higa Maggi. O prêmio de melhor Atleta Paraolímpico brasileiro ficou com o Nadador Danilo Glasser e o de melhor Técnico de 2001 de acordo com os critérios estabelecidos pelo COB foi Larri Passos, treinador de Guga.
No Ciclismo categoria Estrada, o Prêmio Brasil Olímpico 2001 ficou para o paranaense Luciano Pagliarini, integrante da equipe profissional italiana Lampre-Daikin Campeã do Giro D’Itália 2001, Campeão por equipes de três etapas da Volta da Espanha, 4º colocado geral individual da Volta de Dunkerke, na França e Campeão das metas-volantes do Giro da Lombardia, na Itália. Vale destacar que é o primeiro ano de Luciano no ciclismo profissional mundial. No Ciclismo categoria Pista (a mesma que Anésio Argenton disputava em sua época), o paulista Robson Vieira levou o prêmio, em que se sagrou Campeão Brasileiro de velocidade (200 m) e Campeão Brasileiro de Velocidade Olímpica, além de vice-campeão na prova do Km contra o relógio e terceiro colocado na Prova de Keirin no Brasileiro de pista realizado em Curitiba. Na categoria Mountain Bike, o paulista Márcio Ravelli, Campeão paulista e brasileiro, levou o prêmio.
A cerimônia de premiação dos melhores atletas do ano de 2001 e a homenagem aos grandes atletas do passado, contou esse ano com a presença do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que recebeu também o prêmio de Personalidade Olímpica 2001 pelo COB, após ter sancionado a lei nº 10.264/2001, conhecida como a Lei Piva, que permite destinar 2% bruto da arrecadação das loterias brasileiras ao Comitê Olímpico Brasileiro, com vistas a serem realizados investimentos em todas as modalidades olímpicas através de suas respectivas confederações, trazendo novas perspectivas para o esporte brasileiro. A aprovação da Lei e a presença do Presidente foram fato inédito na história do “Prêmio Brasil Olímpico”.
O evento marcou também o lançamento pela Casa da Moeda da medalha comemorativa “Um século de história Olímpica”, com símbolos gráficos gestuais referentes aos Jogos Olímpicos, que foram distribuídas aos atletas homenageados da noite. Bernard Rajzman, medalha de prata pela Seleção Brasileira de Vôlei nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984 e Presidente da Comissão Nacional de Atletas, um ícone do esporte brasileiro em sua época, recebeu a Ordem Olímpica através do Comitê Olímpico Internacional (COI), comenda concedida às personalidades que marcaram o esporte olímpico mundial.
O evento também foi realizado em memória de Adhemar Ferreira da Silva, Bicampeão Olímpico do Salto Triplo em Helsinque em 52 e Melbourne em 56, que faleceu este ano e é considerado o melhor atleta olímpico brasileiro de todos os tempos, por sua conduta pessoal irretocável, a graduação em quatro faculdades diferentes, o espírito esportivo e seus resultados conquistados para o Brasil. O troféu “Adhemar Ferreira da Silva” foi entregue ao Sãocarlense, professor do curso de Educação Física da UFSCar Nelson Prudêncio, também do Salto Triplo, que obteve a medalha de prata nos Jogos de 1968 no México e a de bronze nos Jogos de Munique em 1972, representando o legado deixado pelo inesquecível Adhemar.
Outros destaques da noite abrilhantaram a festa do COB, como a veterana nadadora carioca Maria Lenk Zigler, hoje com 87 anos e que participou das olimpíadas de 1932, em Los Angeles, e de 1936, em Berlim, citada no discurso do Presidente Fernando Henrique como um de seus primeiros ídolos no esporte, com a qual o Presidente aprendeu a dar as suas primeiras “braçadas” na piscina. Juninho Paulista, do Vasco, levou o prêmio como o melhor Jogador de Futebol do Brasil em 2001 e a Triatleta carioca, Sandra Soldan, levou o prêmio em sua modalidade, além de muitos outros destaques.
(*) É coordenador e técnico do Ciclismo da Fundesport