Cidadania Honorária

Desembargador José Renato Nalini (*)

Aprendi com o Desembargador NEREU CESAR DE MORAES que a maior distinção a ser conferida por uma cidade a um forasteiro é conferir-lhe a cidadania honorária. Isso significa chamá-lo conterrâneo, semelhante, igual ou até irmão. Honra maior não há.

Por isso é que não me recuso a aceitar a honraria que muitos municípios de São Paulo tributam ao transitório Presidente do Tribunal de Justiça. Não é a pessoa em si a merecer homenagem. É, na verdade, uma Corte de Justiça que é a maior do Planeta, sem que se vanglorie disso. Não há Tribunal no mundo com 50 mil funcionários, 2501 magistrados e 26 milhões de processos!

Um Tribunal que tem 141 anos e já se prepara a celebrar seu sesquicentenário, com o projeto do Resgate da Memória, uma Agenda 150 anos destinada a reverenciar os grandes vultos que fizeram do TJ-SP essa instituição gigantesca, empenhada em aceitar o repto contemporâneo que reclama eficiência.

Foi pensando na eficiência que implementou o Projeto 100% Digital. Até final de 2015, todas as unidades judiciárias do Estado estarão preparadas para receber peticionamento eletrônico e tramitar virtualmente os processos iniciados.

Até o momento cerca de 82% das unidades já estão informatizadas. Esforço hercúleo de muitas pessoas: 44 mil funcionários capacitados a atuar no espaço digital, com abandono gradativo da cultura analógica. Vislumbra-se um período alvissareiro para a Justiça de São Paulo. Não haverá mais necessidade de prateleiras, nem de arquivos, nem de manuseio de papel, função praticamente insalubre devido ao armazenamento de ácaros e micro-organismos nocivos.

As unidades judiciais serão agradáveis, ambientalmente sedutoras, assegurando ao pessoal interno e ao jurisdicionado outra paisagem, muito mais receptiva do que hoje.

Essa a mensagem que o Presidente do Tribunal de Justiça leva ao interior, quando se vê cercado do carinho da gente boa e simples que acredita e confia na Justiça e que saúda o chefe do Judiciário com a simpatia característica das pessoas boas. Simultaneamente venho colhendo as melhores impressões de um povo que continua a trabalhar e a fazer sua parte, independentemente da crise polimorfa que assola o Brasil. Em cada cidade uma recepção cativante, o estímulo tão essencial num momento em que administrar carências desgasta e deprime.

Por isso não recuso cidadanias e me orgulho de ser cidadão de municípios nos quais não tive o privilégio de nascer, mas que me oferecem carinho, amizade e respeito à Justiça. Isso é bastante em tempos turbulentos como os ora vivenciados.

(*) É presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo.

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