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Aumento dos transtornos alimentares entre adolescentes é preocupante

O número de diagnósticos de transtornos alimentares tem crescido de forma preocupante, principalmente entre adolescentes do sexo feminino, mas não se restringindo apenas a mulheres ou a essa faixa etária. Especialistas apontam a influência da mídia e pressão social, fatores emocionais (como ansiedade ou depressão, por exemplo) e até as  relações familiares como causas centrais.

Conforme explica  Andrea Hercowitz, membro do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), a ideia de que só a magreza está associada à beleza, ao sucesso social e profissional, impacta fortemente a atual geração de adolescentes, aumentando sua vulnerabilidade aos transtornos alimentares. “Comentários frequentes sobre dietas, peso, “corpos ideais ou perfeitos” ou críticas ao próprio corpo e ao corpo de outras pessoas podem, mesmo sem intenção, reforçar a ideia de que o valor de alguém está associado à aparência física”, diz.

Além disso, ela aponta que as redes sociais têm um papel significativo na construção da autoestima dos adolescentes. “Plataformas como Instagram, TikTok e outras estão repletas de imagens de corpos magros, esculpidos, frequentemente editados por filtros ou manipulados digitalmente”, afirma, salientando que influenciadores digitais promovem rotinas alimentares rígidas, desafios de perda de peso e estilos de vida que nem sempre são saudáveis ou alcançáveis. “Esse bombardeio constante pode levar os jovens a desenvolverem uma percepção distorcida de si mesmos, comparando-se com padrões estéticos inalcançáveis”, completa Andrea.

Ela destaca que, por vezes, não é fácil identificar um transtorno alimentar, mas existem sinais de alerta que os familiares devem observar:

  • Mudanças bruscas nos hábitos alimentares: recusa em comer certos grupos de alimentos, pular refeições ou adoção de dietas restritivas sem orientação médica. É preciso ficar atento quando adolescentes se tornam repentinamente saudáveis e passam a querer comer somente vegetais e proteínas, rejeitando carboidratos, bolos, bolachas, chocolates e balas de que sempre gostaram.
  • Mudanças de comportamento alimentar, como querer comer sozinho, ir frequentemente ao banheiro logo após as refeições, demonstrar culpa ou arrependimento por ter comido.
  • Perda ou ganho de peso acentuado e rápido e preocupação excessiva com o corpo, peso ou calorias.
  • Autoimagem distorcida: percepção negativa do próprio corpo, mesmo estando dentro do peso considerado saudável. A mudança de vestimentas, como a procura por roupas largas que disfarcem as formas corporais também pode ser um indício da má relação com o corpo.
  • Prática excessiva de exercícios físicos, muitas vezes sem orientação e de forma exagerada. Familiares costumam ficar orgulhosos quando adolescentes sedentários passam a praticar atividades físicas, mas é preciso observar a frequência, duração e/ou intensidade, pois um sinal de alerta acende quando essa se torna compulsiva.

Como ajudar?

A pediatra reforça que é preciso estimular a saúde emocional e física dos adolescentes, através de um diálogo aberto e acolhedor, sem julgamentos, validando seus sentimentos e oferecendo apoio emocional constante. “Deve-se evitar comentários sobre peso, dieta ou aparência, mantendo o foco na promoção de saúde e não em padrões estéticos. Além disso, é positivo estimular a prática de atividades que promovam bem-estar físico e emocional, como esportes, arte, música ou leitura — o mais importante é que o adolescente se sinta realizado e pertencente”, orienta a médica.

Para ela, é impossível evitar o uso das redes sociais a partir de uma certa idade, por isso, é preciso fazer um trabalho preventivo, que estimule a maturidade e reduza os riscos. “É importante que haja conversas que conscientizem sobre os conteúdos consumidos, questionem estereótipos e que estimulem o pensamento crítico sobre o que é visto online, combinadas de supervisão aos acessos e postagens do adolescente”, aconselha a especialista, enfatizando que, caso sejam percebidos sinais de alerta que sugiram a possibilidade de um transtorno alimentar, familiares devem procurar ajuda profissional especializada no tema. “Quanto antes for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura”, conclui Andrea.

(Flávia Lo Bello – Assessoria & Comunicação – Vérité Comunicação)

Foto Ilustrativa Freepik

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