Marilene Volpatti
A maioria das mulheres sabe o que dá para ser tolerado num casamento, e a hora certa de pular fora. Certo? Errado. Vejamos o por quê.
Às vezes, é necessário diminuir as expectativas em torno do casamento para aprender a viver com o escolhido do jeito que ele é; outras vezes, é necessário jogar fora a feminilidade e mandá-lo passear.
Adriana, quando casada, se via sempre num barco a remo junto com o marido, navegando em águas calmas até que resolveu parar de remar. Surpresa! O barco parou. Olhando para trás Adriana viu que só ela remava enquanto o companheiro apenas pegava uma carona. O pior: ele nem percebeu que só ela impulsionava o barco e, que, naquele momento estava parado. Ela desistiu de remar sozinha.
É claro que o caso de Adriana não é o único. Muitas mulheres remam longe demais por águas turvas e turbulentas antes de tomar consciência que estão num barco furado. Mas, tem aquelas que pulam fora antes da embarcação ficar longe do atracadouro.
Os dois exemplos são verdadeiras armadilhas que levam mulheres diferentes a sofrer o mesmo tipo de frustração. Acham-se incapazes de ser felizes no amor. Levam consigo o ideal de casamento e companheirismo e fazem de tudo para que o parceiro se encaixe nesse ideal.
Algumas pagam qualquer preço, acreditando que vão ganhar um prêmio. Outras desistem nos primeiros sinais de falha, engrossando as fileiras das mulheres que vivem trocando de parceiros em busca de um perfeito.
Psicologos acreditam que a origem desse comportamento está, quase sempre, ligado ao passado, ou seja, experiências da infância, no exemplo da relação dos pais. Muitas tentam tapar o sol com a peneira porque aprenderam, quando pequenas, que ser boazinha é uma qualidade. Mas, tem aquelas que trazem consigo as desilusões do passado e querem dar o troco. Por isso, a troca de companheiros como se fossem objetos descartáveis.
Inaceitável
Comumente, quem se conserva numa das extremidades enxerga na relação algum tipo de compensação. As rapidinhas tendem a se divertir com o jogo da conquista, enquanto as que aturam podem se satisfazer com pequenos ganhos. Por exemplo: aguenta o marido que chega em casa tarde todos os dias e acha ótimo não se preocupar com o jantar.
Algumas situações altamente frustrantes, como infidelidade, agressão física e verbal, falta de sexo, o abuso no sexo, parte financeira ou alcoolismo, ainda hoje são tolerados nas diferentes classes sociais. Mulheres que aceitam e se acomodam diante desses quadros, sofrem de carência afetiva, sentem medo de ficar sozinhas e não acreditam na sua capacidade pessoal. São bloqueios que impedem de dar um basta definitivo.
Quando colocados numa balança as perdas e ganhos, e esta ficar desequilibrada, muitas mulheres passam a ter insônia, excesso ou falta de apetite, depressão, ansiedade, perdem o libido e não conseguem chegar ao orgasmo. Exite, também, aquelas que desvalorizam e perdem a auto-estima por completo. No fundo, estão vivendo sempre um grande estresse.
Há mulheres que assumem a idéia de que são responsáveis pela relação e acham que faz parte de suas obrigações preencher as lacunas emocionais. Para elas bastam o homem comparecer em casa todos os dias. Não interessa se dorme ou não, o resto ela encarrega de cuidar.
Para os terapeutas, algumas chegam a acreditar que a culpa da traição é sua incompetência como fêmea. Então, correm para academias, mudam o visual e o guarda-roupa.
A mulher nunca foi encorajada, de verdade, a abandonar o homem que não é bom. Além disso, é difícil enxergar a verdade quando se está mergulhada emocionalmente até o pescoço. Muitas chegam até a dizer: “Ele gosta de mim, não quer me humilhar”.
Vagarosas
A mulher que tudo suporta nunca está disponível para suas próprias necessidades. Ao contrário, a impaciente nunca se dispõe a abrir mão de seus projetos de vida. Para se viver a dois, necessário se torna compreender que, a outra pessoa possui defeitos e que é preciso parar de fantasiar. Fechar-se em torno de um projeto é ruim, porque não deixa espaço para mudanças, muito menos para descobrir com quem está se lidando.
Trocando em miúdos: as mulheres que não esquentam a cadeira numa relação têm o mito do “príncipe encantado” muito enraizado. Elas acabam vendo o lado “sapo” dele, mas acreditam que revertem o quadro com beijinhos. E isso não acontece. E para agravar mais o quadro muitas, inconscientemente, buscam seus parceiros influenciadas pela TV e cinema. Tomam para si homens como modelos perfeitos e maravilhosos que só existem na cabeça delas. Se decepcionam e partem para nova tentativa. É a ficção interferindo na vida real. Se dermos uma olhadinha de lado, veremos que os relacionamentos são bem diferentes dos mostrados pelas câmeras de cinema e TV.
Rapidinhas
Atualmente as mulheres, com baixo nível de tolerância, estão sendo estimuladas a pular de uma relação para outra. A independência financeira e a certeza de que os filhos já não sofrem tanto com a separação dos pais criaram a falsa ilusão de que uma sucessão de casamentos pode ser o caminho para a felicidade.
Outro item que apressa o final de uma relação é o medo da rejeição que todos sentem em menor ou maior grau. Se for forte, em razão de uma experiência de abandono no passado, a pessoa rejeita antes que o outro o faça.
Você pode estar se perguntando: “Com tantos elementos em jogo, como ajustar os ponteiros do relógio? Pesquisas mostram que para o casamento dar certo, necessário se torna passar por cima de coisas sem importância, como as chateações da rotina. O que não se pode aceitar é deixar passar por cima dos brios. Exemplos: mentiras que comprometem, infidelidade, espancamentos, agressões verbais e tudo aquilo que mexe com o íntimo.
Serviço
Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.