A trajetória do bebum

Sarah Coelho Silva (*)

Seja rico ou pobre, brasileiro ou estrangeiro

As histórias de todos os bêbados são iguais.

Seus argumentos no final não convencem ninguém

Uns falam que bebem socialmente, mas acabam enganando

A si próprios e bebem diariamente uns goles a mais.

O seu corpo aos poucos está sendo corroído

O processo é lento duram longos anos sem sinal.

Os filhos vítimas inocentes de um bêbado autoritário

Um pai inconseqüente que esquece que eles

São seus para toda a eternidade, os mais atingidos.

Os que sofrem, ficam retraídos, tristes e calados.

Os vizinhos quando são educados permanecem em silêncio

Mesmo indignados, são impotentes nada podem fazer.

Os parentes, às vezes são omissos, já tem seus problemas

Em seus lares e não querem fazer parte do sério dilema

O dono do bar é que espera paciente o final da noitada.

Pois sabe que os bêbados são todos iguais

Eles perdem a noção do seu rico dinheiro e

Nas altas horas da noite o corpo do bêbado não tem dono.

Seu cérebro fica fora do ar, e ele obviamente corre

O grande perigo de cair na conta de um oportunista

Qualquer, todos sabemos que existe neste mundo

Pessoas de todas as espécies, uns de má fé, perigosos.

A mulher abandonada passa uma grande vergonha

Pois o bêbado sempre fala demais e se torna chato

Inconveniente, desagradável, intolerável, insuportável.

Os amigos se são os clássicos amigos da onça estão

Sempre por perto, ou telefonando para instigar

Para os grandes programas regados a álcool.

Enfim, vamos levar nossa vida mais a sério com juízo

Responsabilidade e harmonia no nosso dia-a-dia

Pois ninguém sabe o dia do amanhã, mas, todos sabemos

Que nossos dias são breves e não somos donos de nada.

Controlamos nossa mente, mas não as doenças do nosso

Corpo porque ele não é de ferro, somos todos iguais.

(*) É escritora e colaboradora do JA.

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