Ao longo da breve existência da Guarda Municipal de Araraquara – sem desconhecer e, obviamente, valorizando sua importância funcional como mantenedora das normas legais inseridas no rol de sua competência tendo em vista os elevados interesses da comunidade onde atua e de onde recebe o justo salário – temos patrocinado, com a devida motivação, dentre alguns elogios, poucas críticas. Afinal ninguém é perfeito e, nas intervenções, cobramos mais sensibilidade do comando dessa instituição que não pode se transformar numa chaminé visível da indústria de multas. O Capitão Figueiredo não gosta, o que é seu direito. E, como é linearmente compreensível, fica feliz quando recebe elogio. É mais digerível e faz bem ao ego. A crítica irrita, notadamente ao líder que adota a rigidez como regra.
“Está escrito, é lei e pronto. Quem reclama é porque não respeita a lei e não conhece a dimensão de seu direito que termina onde começa o do próximo. Não admito contestação. Eu bato e arrebento”, diria um comandante refratário ao diálogo.
Existe o limite legal e, com ele, o bom senso que deve nortear a reprimenda maior daquilo que dói no bolso do trabalhador brasileiro: a multa.
Na Rodovia Araraquara-Gavião Peixoto, na Via Expressa ou na Av. 36 (acesso à Rodovia W. Luiz) não é nada difícil ultrapassar os 20% da velocidade determinada. A 94 ou 96 Km por hora (considerando a velocidade máxima de 70 e 80 Km/hora) o condutor paga mais de 500 reais e ganha alguns pontos para eventual cassação da CNH. Por isso, deve dirigir com cuidado, cautela, respeitando a integridade física dos irmãos de estrada, mas, esperando das autoridades o indispensável bom senso e uma dose de sensibilidade (ainda mais neste momento de escassez de trabalho e renda) no sentido de não usar armadilha para conseguir educar (ou multar?).
O Radar em longa e acentuada descida é como coquinho maduro em bornal. A máquina registra sem parar. Até que os motoristas, solidários, avisem sobre a permanência da máquina registradora.
Isso, caríssimo comandante, não pode ser aceito como método de educação, mas, um jeito eficientíssimo de faturar.
Essa vontade de educar à força, metendo o lápis (hoje, melhor seria: clicando com o infravermelho), não é salutar à saúde econômica e prestígio da cidade-cabeça de região. Antes, uma truculência desnecessária, perniciosa e arrogante. Cumprir a lei, sim. Por Exemplo, numa via plana como a Expressa. Capitão, abaixe um pouquinho a bola do comando. Não fará mal ao seu currículo e nem apresentará efeitos colaterais.