Juarez Alvarenga (*)
Há 40 anos atrás um lavrador que morava na roça morria sem conhecer sua cidade natal. Hoje a notícia é em tempo real. Digo isto para realçar a importância da imprensa interiorana. Deve ser incentivada e valorizada. Não trocar o idealismo pelo profissionalismo, mas unir ambas. Somente assim estes sustentáculos poderão edificar e alavancar o progresso das cidades. Pois sabemos que em todo o empreendimento há um pensamento.
Este patrimônio público que é a imprensa do interior deverá fiscalizar, aplaudir e procurar a difícil imparcialidade.
Jogar sua arquitetura de palavras poderá criar leitores conscientes e despertará um instinto social apurado capaz de mobilizar para questões substanciais provenientes do atritoso mundo local.
A imprensa interiorana é um andaime que suporta as novas demandas da sociedade local. Buscar dar publicidade aos fatos bons e ruins da comunidade é sua função. ESCREVER COM INTELIGÊNCIA, CENSURAR COM EQUILÍBRIO E ELOGIAR COM DESPRENDIMENTO fortalecerá sua penetração nas entranhas da sociedade local.
Desde do tempo dos versos sentimentais até a análise crítica dos acontecimentos a evolução da imprensa interiorana vem acelerando, amenizando os impactos negativos dos atos sem observadores.
O medo do julgamento popular poderá criar nas autoridades uma discriocinaridade contida. E somente a imprensa poderá levar a comunidade os fundamentos éticos fazendo assim conter as falcatruas escondidas nas cavernas do poder implícito.
Hoje sabemos da velocidade dos acontecimentos e da amplitude de suas repercussões. E isto é de capital importância para intimidar os personagens públicos de suas ousadias de condutas ilícitas.
A imprensa do interior é a maior pérola do mundo comunicativo moderno. Fica perto da realidade local com o poder de transformar a sociedade em linha ascendente. Por isto sua credibilidade e respeitabilidade vêm afirmando velozmente.
Hoje é imprescindível para qualquer cidade e serve de instrumento eficaz no progresso da comunidade.
Do alto falante da igreja até as mais modernas máquinas o mundo comunicativo está em processo de ascensão. Adicionado a isto vem o talento humano que não tem lugar para nascer.
Como admirador e militante da imprensa interiorana termino sintetizando com um grande poeta que dizia: “o mundo começa na minha aldeia”.
(*) É advogado e escritor.
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