"Evitamos muitos erros, quando temos a humildade de aprender com experiência dos outros".
Bom dia. A vida cultural de uma cidade pode-se medir por vários aspectos: dos mais simples aos mais rebuscados. Mas, sem dúvida nenhuma, a cultura passa pelo equilíbrio e pujança do seu comércio, das suas indústrias, da sua vida social, enfim do seu trabalho. Nas cidades onde esses aspectos são fortes, tudo é mais forte. Até a cultura. Araraquara sempre foi uma cidade privilegiada, não há muito o que criticar. A partir dessa última segunda-feira, provavelmente, tudo tome um rumo bastante diverso. Parabéns, Sr. Wálter Merlos, por ser eleito o novo presidente da Associação Comercial e Industrial de Araraquara. Temos certeza de que, doravante, um novo sol vai brilhar sobre o comércio e a indústria de nossa cidade. Um homem, bom, puro e dedicado. Temente a DEUS, acima de tudo. Uma nova "cara", um novo sangue, um novo perfil, uma nova identidade. Já era hora. E o momento é este. A abertura ao diálogo e à mudança torna-se vitais na sociedade globalizada. E de uma coisa tenho certeza: Merlos não esquecerá que o capital humano ainda prevalece e sempre prevalecerá, acima de qualquer outro bem.
O Livro da Vida
"Entre a consciência e o sonho, deparei-me com uma grande sala.
Ao me aproximar, percebi um guardião na porta. Ele me disse:
– Ninguém pode entrar aqui. Aqui estão guardados os “Livros da Vida”. Aquele que conseguir passar por esta porta poderá ter acesso ao seu livro e modificá-lo ao seu gosto.
Minha curiosidade era grande! Afinal, poderia escolher o meu destino. Com minha insistência, o guardião resolveu ceder um pouco e me disse:
– Está bem. Dou-lhe cinco minutos, nem mais um segundo.
Eu nem acreditava ! Cinco minutos eram mais que suficientes para que eu pudesse decidir o resto da minha vida, afinal, poderia apagar e acrescentar o que eu quisesse no “Livro da minha vida”.
Entrei. A primeira coisa que vi foi o Livro da vida do meu pior inimigo. Não agüentei de curiosidade. O que será que estava escrito no livro da vida dele? O que será que o destino reservava para aquela pessoa que eu não suportava?
Abri o livro e comecei a ler. Não me conformei:
– Verifiquei que sua vida lhe reservava muita coisa boa e não tive dúvidas.
Apaguei as coisas boas e reescrevi o seu destino com uma porção de coisas ruins.
Logo vi outro livro. De outra pessoa de que eu não gostava e fiz a mesma coisa… De repente me deparo com meu próprio livro!
Nem acreditei. Este era o momento… iria mudar meu destino… apagar todas as coisas ruins e iria reescrever só coisas boas. Seria a pessoa mais feliz do mundo!
Quando peguei o livro, eis que alguém bate no meu ombro:
– Seu tempo acabou! Pode sair.
Fiquei atônito!
– Mas eu não tive tempo nem de abrir o meu livro!
– Pois é, disse o guardião. Eu lhe dei cinco minutos preciosos e você poderia ter modificado o seu livro. Mas, você só se preocupou com a vida dos outros e não teve tempo de ver a sua.
Abaixei minha cabeça, cobri minha face com as mãos… e saí da sala". Fonte: Sociedade do Ser.
O texto que segue é de Luiz Antonio Galvão de França, (Mestrando em Comunicação – UNESP – Bauru).
Dom Quixote e a Clonagem
"Haverá relação entre o romance de Cervantes e a clonagem humana terapêutica? Conforme divulgação nos jornais, mais precisamente no dia 05 de fevereiro último, foi votado na Câmara dos Deputados o projeto de Biossegurança. Na redação final do projeto, ficou vetada a manipulação de embriões humanos para fins de clonagem terapêutica e para qualquer outro fim. Espera-se que este projeto não sofra alterações ao ser votado no Senado. Houve reclamações contra o veto da clonagem, inclusive proveniente de pesquisadores da área da genética. Mesmo que isso possa soar quixotesco, é necessário mencionar alguns pontos envolvidos na questão da clonagem humana, dos quais, ao que parece, muito pouco tem-se falado. O primeiro ponto é lembrar que para que se possa produzir um embrião, como o da ovelha Dolly, por exemplo, que morreu de envelhecimento precoce, são necessários aproximadamente 289 embriões, para que um sobreviva. A pergunta que fica é, o que se faz com os outros 288 embriões? Certos pesquisadores respondem argumentando que o embrião, nos seus primeiros catorze dias de vida, é sim, um ser humano, mas de segunda classe. Essa é a hipótese do pré-embrião. É preciso lembrar porém, que essa hipótese é amplamente rejeitada pela comunidade científica internacional.
Do ponto de vista ético, a clonagem humana contraria não somente a ética cristã, mas também a ética laica. Basta pensar no princípio de Kant, segundo o qual o homem é um fim em si mesmo, e não pode ser usado como um meio para se alcançar qualquer objetivo. (cf. Revista Cidade Nova – março 2001)
Se faltassem razões para abolir totalmente a idéia das pesquisas com embriões, bastaria mencionar ainda o fato de que se a lei permitir a clonagem humana, ainda que sob o nome de clonagem terapêutica, quem impediria a clonagem reprodutiva? Quem poderia impedir que a manipulação genética caísse nas mãos de pessoas psicopatas e sem escrúpulos? Finalizando a argumentação sobre os aspectos negativos da clonagem humana, a pergunta é: para que desenvolver um embrião humano, ou milhares deles e depois matá-los, se é possível obter o mesmo efeito, através das células-tronco? Ou seja, as células-tronco, (permitidas no projeto de lei de biossegurança, desde que extraídas de cordões umbilicais, medula óssea, ou sangue), têm o poder de se transformar em células capazes de reparar qualquer tipo de tecido, seja ele nervoso ou muscular.
A este ponto se tem novamente a semelhança com Dom Quixote, já que ele, mesmo depois de séculos, continua fascinando seus leitores, justamente por ser a caricatura do herói. Por que será que o herói exerce um fascínio até mesmo quando é satirizado? Será porque ele consegue ver o mundo com os olhos da criança que há dentro dele? Quando se fala em desenvolver a pesquisa com as células-tronco ouve-se o argumento de que essa pesquisa não é viável comercialmente. Gostaria de lançar um convite aos pesquisadores e demais profissionais da pesquisa genética e de áreas afins, que divulguem as pesquisas com as células-tronco, que aliás, já foram testadas clinicamente com sucesso, que exerçam pressão junto aos grandes laboratórios, para que as desenvolvam. O exemplo é como o dos automóveis, na década de 30: um automóvel fazia aproximadamente 3 km com um litro de gasolina, e atualmente, porque a indústria automobilística entendeu que o petróleo é um recurso esgotável, também graças à participação da sociedade, os carros fazem até mais de 20 km com o mesmo litro de gasolina. Para finalizar, não vamos ter medo de parecer quixotescos. A humanidade precisa da ciência, mas precisa também da ética. Vamos acreditar que o uso trágico da energia atômica no passado, e o uso desordenado dos recursos naturais no presente, não podem deixar de ter ensinado alguma coisa útil aos cientistas e à sociedade. Concluindo, a clonagem humana é a maior de todas as agressões à natureza. E como diz o ditado: a natureza não se defende, ela se vinga".
Acho que por hoje, não preciso dizer mais nada. Parabéns, Luís, pelo belo texto.
Até a próxima semana -celp@terra.com.br
Profª Teresinha Bellote Chaman