A divulgação recente da Prefeitura de Araraquara, informando que os salários do prefeito e da vice-prefeita não serão pagos neste primeiro momento — assim como o pagamento de horas extras aos servidores públicos — expôs de maneira a fragilidade das contas municipais. A decisão, ao incluir o alto escalão, escancara uma realidade preocupante: a administração enfrenta um desequilíbrio financeiro grave que medidas emergenciais se tornaram inevitáveis.
Quando a gestão anuncia que “avalia alternativas o mais rápido possível”, admite, que o problema já ultrapassou o limite da previsibilidade. A crise não surgiu da noite para o dia. Orçamentos mal planejados, queda de arrecadação, aumento de despesas e possíveis falhas de gestão compõem um cenário que agora cobra seu preço. E quem sofre primeiro, como sempre, servidores e a população que depende dos serviços públicos.
É imprescindível que a Prefeitura esclareça de forma transparente as causas desse colapso financeiro. Também é importante destacar como esse atraso no salário da liderança do executivo não ocorre sem precedentes, já houve atitude semelhante no governo Barbieri.
É necessário detalhar o que levou a cidade a esse ponto, quais medidas de ajuste estão sendo estudadas e, sobretudo, qual será o impacto real nos serviços essenciais. Transparência é essencial.
Além disso, é fundamental que a Câmara Municipal propondo soluções e garantindo que os interesses da população prevaleçam sobre disputas políticas. Não podemos acostumar com o improviso.
Araraquara está quebrada? Talvez. Mas quebrada, sobretudo, está a confiança da população na capacidade de gestão do poder público. Recuperar as finanças será um desafio; recuperar a confiança será ainda maior. E isso exige responsabilidade e clareza.
Este é o momento de enfrentar a crise com seriedade. Araraquara não pode esperar mais.