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Perda dentária na terceira idade impacta na saúde física e emocional

Especialista alerta que a condição vai muito além da estética, comprometendo funções vitais como a nutrição, bem-estar psicológico e a qualidade de vida dos idosos

Por trás de um sorriso com falhas pode estar uma história de dor, limitação e perda de qualidade de vida, especialmente quando se trata da população idosa. Atualmente, cerca de 14 milhões de brasileiros vivem sem nenhum dente, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 31,7% são indivíduos com 60 anos ou mais.

A perda dentária, condição conhecida como edentulismo, não é reflexo do envelhecimento, como muitas pessoas imaginam. Trata-se, na verdade, de uma consequência do histórico de falta de políticas preventivas em saúde bucal, que no Brasil só começaram a ser implementadas a partir dos anos 2000. Segundo a professora de Odontologia da UniSociesc, Flaira Rita dos Santos, a boca é a porta de entrada para a saúde geral, e a ausência de dentes desencadeia uma série de prejuízos. 

“Os nossos dentes são considerados órgãos do nosso corpo, cada um com uma função específica”, explica. Os incisivos e caninos cortam os alimentos, enquanto pré-molares e molares são responsáveis por triturá-los. Quando um dente é perdido, toda a engrenagem mastigatória fica comprometida. Os dentes remanescentes são sobrecarregados, e o idoso tende a selecionar alimentos mais pastosos ou líquidos, ou passa a engolir pedaços mal triturados.

Essa mudança involuntária na dieta tem repercussão direta no sistema digestivo e no estado nutricional. “Tudo isso pode acarretar inúmeros problemas digestivos e nutricionais, como úlceras, gastrite e perda de peso”, alerta Flaira. Muitos idosos que se sentem mais fracos ou com ossos debilitados podem estar, na realidade, enfrentando as consequências de uma nutrição inadequada, agravada pela dificuldade de mastigação.

O impacto emocional: quando o sorriso se apaga

A saúde bucal também tem reflexos profundos na autoestima e na vida social dos idosos. O sorriso, símbolo de alegria e confiança, pode se tornar motivo de constrangimento quando há falhas dentárias. “Nosso sorriso é o nosso cartão de visita. Muitos pacientes relatam evitar sorrir ou gargalhar por medo de a prótese se soltar, o que afeta diretamente a autoestima e as relações sociais”, observa Flaira. 

Situações simples, como comer em público, tornam-se motivo de ansiedade. Essa limitação acaba restringindo os prazeres cotidianos e os momentos de convivência, o que pode contribuir para isolamento e sintomas depressivos. “A dificuldade de sorrir e se alimentar com liberdade tira da pessoa idosa uma parte importante da sua alegria de viver”, completa a professora.

Prevenção e os sinais de alerta

Manter os dentes saudáveis ao longo da vida é possível, inclusive na terceira idade. Os pilares são os mesmos em qualquer faixa etária: escovação adequada, uso do fio dental e visitas regulares ao dentista. “Com esses três cuidados bem alinhados, conseguimos envelhecer com saúde e segurança. O segredo está na constância”, destaca Flaira.

A professora também lembra que, com o avanço da idade, a percepção de sede tende a diminuir. Isso leva muitos idosos a beberem pouca água, o que reduz a produção de saliva, um dos mecanismos naturais de defesa contra as cáries. “A hidratação é essencial para a saúde bucal. A saliva ajuda a neutralizar ácidos e proteger os dentes”, explica.

Embora a perda dentária possa ser evitada, é essencial reconhecer precocemente os sinais de que algo não vai bem. Segundo a especialista, a dor é o primeiro aviso do corpo. Mesmo incômodos leves ou passageiros merecem atenção, pois podem indicar condições como inflamação gengival ou infecção.

Outros sintomas que exigem avaliação odontológica incluem retração gengival (deslocamento da gengiva em direção à ponta da raiz dentária), amolecimento dos dentes, mau hálito persistente e presença de secreção. “Quando identificamos o problema cedo, há grandes chances de salvar o dente. O que não pode acontecer é esperar até o ponto em que a extração se torna a única alternativa”, alerta.

Evolução da odontologia: novas possibilidades de tratamento

Se, no passado, a dentadura era praticamente a única alternativa para quem perdia os dentes, hoje a odontologia oferece opções mais modernas e confortáveis. As próteses fixas e os implantes dentários transformaram o conceito de reabilitação oral. “A dentadura ainda é bastante usada por ser uma alternativa mais acessível, mas os implantes representam um avanço enorme. Eles devolvem a função mastigatória e a estética com muito mais conforto e estabilidade”, afirma a professora.

Ela costuma usar uma comparação simples para explicar a diferença: “A dentadura é como um Fusca, enquanto os implantes são uma caminhonete Hilux. Ambos podem levar ao mesmo lugar, mas a experiência é completamente diferente.”

O papel da família e dos cuidadores

O apoio da família e de cuidadores é um pilar fundamental para a manutenção da saúde bucal do idoso. É importante incentivar e, se necessário, auxiliar na higiene oral, que deve ser feita após cada refeição. Para idosos com próteses, é essencial a higienização tanto da mucosa quanto do aparelho. Manter a autonomia do idoso é positivo, mas a supervisão é necessária para garantir que a limpeza seja eficaz.

Por fim, a professora reforça que envelhecer com saúde e dignidade passa, inevitavelmente, por cuidar da saúde bucal. “Preservar o sorriso é, no fim das contas, preservar a capacidade de se nutrir, de interagir e de encontrar prazer nos pequenos momentos da vida”, finaliza Flaira. A recomendação é procurar avaliação odontológica regular, especialmente em caso de perda recente de dentes ou desconforto durante a mastigação.

Sobre a UniSociesc

Com vocação para inovação, ambientes maker, coworkings e espaços que estimulam a troca de conhecimentos e experiências, a UniSociesc é integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima. Há 65 anos dedica-se a formar profissionais e transformar pessoas, desenvolvendo competências, talentos e carreiras.  

Com unidades acadêmicas nas cidades de Blumenau, Jaraguá do Sul, Joinville (duas unidades) e São Bento do Sul. Além, da Escola Técnica Tupy, que também faz parte do ecossistema UniSociesc. O centro universitário conta com ampla diversidade de cursos, são mais de 70 opções em seu portfólio, e uma estrutura de laboratórios diferenciada, sendo os mais completos e modernos entre as instituições de ensino da região. Além de mais de 150 cursos de pós-graduação. A UniSociesc também contribui para democratização do Ensino Superior ao disponibilizar uma oferta de cursos digitais com diversos polos dentro e fora do Estado de Santa Catarina.

(Mem Comunicação)

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