Imediatismo econômico

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Da Redação/opinião

 

Sabemos bem que o Brasil tem optado por fechar os olhos para proteção ambiental. Existe alguma razão no interesse de algumas atividades econômicas, sem dúvida. E isso faz diferença nas contas públicas, sabemos também. Mas vale a pena?

 

Vejam que o descuido do país com Amazônia pode gerar aparecimento de uma savana no lugar da floresta. Afora a perda de animais e flora, haverá diminuição da qualidade de vida dos brasileiros que lá vivem. Prevista também a cessação de chuvas para todo o centro e sudeste do Brasil. Não teremos mais os rios aéreos que garantem nossa chuva, com movimentação da umidade da floresta (que deixará de existir).

 

E o Cerrado? Não à toa, chamado de floresta invertida. Por quê? Porque as raízes da vegetação nativa são muito profundas, permitindo absorção da água pelo solo, e o milagre do nascimento das principais bacias hidrográficas do país. Sem Cerrado, sem rios.

 

E o que diríamos das secas e queimadas sucessivas no Pantanal?

 

O fato é que estamos colocando nossos principais biomas em risco elevado. E fazemos isso para benefícios de poucos. Porque prestigiamos, no fim, monoculturas ou criação: transformamos vegetação natural em monocultura (soja, principalmente) ou pasto (gado). Sem contar a destruição pela mineração nessas áreas, atividade naturalmente suja.

 

Pequenos grupos estão ganhando muito, muito mesmo. Em contrapartida, todos estão perdendo na qualidade de vida: vejam os eventos extremos que estamos presenciando, e cada vez mais. Isso vale a pena? Como garantir haver país seguro para nossos filhos? De onde virá o dinheiro para fazer frente a essas mudanças climáticas intensas? Quem irá pagar mudança de populações em virtude de inundações ou secas intensas?

 

Ainda, temos tempo de exigir nova postura por parte dos nossos governantes? E vamos exigir?

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