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Vivendo à sombra do outro

Marilene Volpatti

Críticas ácidas fazem com que nos sintamos o mais errado do ser humano. Pessoas que nos deixam para baixo para poder ficar por cima. Pare de tentar mudar só para agradar. Se seu parceiro não está contente, o problema é dele e ponto final.

É muito difícil as pessoas conseguirem identificar o abuso psicológico e, quando conseguem, muitas vezes, não sabem como lidar com a situação. Quando um indivíduo tenta mudar o comportamento de seu companheiro para encaixá-lo em um ideal que tem em mente, na verdade está explorando-o emocionalmente. No amor devemos nos sentir bem conosco mesmo. Precisamos acrescentar coisas, e nunca tirar.

Se para garantir um relacionamento, é necessário mudar de comportamento, talvez o preço seja alto demais. Algumas vezes somos obrigados a tais mudanças. No trabalho, por exemplo, a roupa tem que ser adequada, mesmo não sendo nossas preferidas. Só que fazendo o mesmo nas nossas intimidades, isto equivale a uma traição. O gostoso é ser espontâneo numa relação. E o momento ideal para um homem e uma mulher abusarem dessa liberdade de expressão, é quando estão um com o outro. Há muito cônjuge que vive numa corda-bamba, relacionando-se com parceiros que dão a impressão de estarem insatisfeitos ou ansiosos por mais. É nesse caso que o impulso fará com que tente mudar de comportamento, tranformando-se no parceiro ideal que o outro idealiza.

Inadequado

“Como esse parceiro faz me sentir?” Na verdade, essa é a primeira pergunta que se deve fazer ao iniciar um relacionamento. Se, ao invés disso, ficar se perguntando como está se saindo em relação ao que ele pensa, é necessário ficar atento.

“É muito bonito, a mulher que está sempre de saia e sapato de salto, ao invés de bermuda e tênis. Você bem que poderia ser assim.” Tem pessoas que não possuem meia palavra e vão direto no ponto X. Outros preferem dar indiretas: “Ricardo está sempre de bom humor. Não é à toa que Helena sente o maior orgulho em sair com ele.”

O parceiro vai ficando cada vez mais e mais perdido e fica tomado pela idéia de que tem de dar um jeito na relação. E em vez de tentar compreender o que há por trás da queixa, fica preocupado com os pequenos comentários que vão surgindo. Começa pedir desculpas a si mesmo ou ao outro e tenta consertar coisas que nunca antes chamaram a sua atenção.

Olhar com nossos olhos

Não é modificando algumas coisas que o outro critica, que tudo vai melhorar. Geralmente o problema é mais sério – é do outro e não nosso. Se ele costuma deixar a sensação de que precisa fazer uma série infindável de pequenos ajustes, é sinal que está infeliz consigo próprio, não com os outros.

Muitos relacionamentos fracassam pelo excesso de preocupação com falhas, sendo que o ponto crucial é a incapacidade de um dos parceiros de tolerar a imperfeição. É o caso de Sofia que era casada com um empresário de sucesso.

Foi percebendo que não havia espaço na relação deles para ela. Ele queria brilhar sozinho. E para chegar lá reprimia a esposa: ao invés de criticá-la abertamente, adotou um tom professoral, que sutilmente transformava seu mundo e suas preocupações em coisas menores. Aos poucos, Sofia transformou-se em uma mulher calada e insegura. Sentia medo de falar bobagens perto dos amigos dele. Ele, por sua vez, não abandonou sua postura superior nem quando ficou desempregado, na dependência dela. Sofia passou a viver de forma tão apagada que até os amigos passaram a cobrar dela uma postura melhor diante da vida. E só aconteceu essa virada no dia em que conheceu outro homem, em uma reunião de amigos. E que estava presente, também, o marido que nem percebeu que ela conversava com Evandro por aproximadamente uma hora enquanto ele discursava e gesticulava para as pessoas ao seu derredor. Sofia decidiu que nunca mais homem algum iria boicotar sua vida.

Quando você é o pior inimigo

Para analistas em comportamento: quando assumimos as críticas às cegas, tornamo-nos nossos piores inimigos. Em vez de investirmos nossas energias em mudanças, com o objetivo de recuperar o amor do parceiro, é melhor darmos conta de que exigências são um ato arbitrário. É sempre bom lembrar que é muito difícil mudar quando fazemos para agradar a outra pessoa ou para tentar recuperar o respeito dela. Mudanças dependem de uma decisão própria, não da imposição de alguém, ou para alguém.

Serviço

Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9255.

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