Não é a toa que o argumento de vendas “O maior porta-malas da categoria” deixou de ser destacado em anúncios. Também pudera, o motorista pode acabar vítima de um seqüestro e parar no “maior porta-malas da categoria”.
O comandante interino do 13º Batalhão de Polícia Militar, Major Abílio de Souza Guerra, afirma que evitar a rotina e estar atento a atitudes suspeitas continuam sendo duas importantes armas dos motorista.
Isso significa evitar os mesmos horários e trajetos e abrir os olhos a qualquer coisa que pareça diferente do habitual. “Segurança absoluta inexiste, só que isso não é motivo de pânico. As pessoas só precisam entender que hoje os sequestradores estão agindo com um maior planejamento e que devem intensificar as precauções”, diz Guerra.
O sociólogo Luís Antonio de Souza, do Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo), afirma que era previsível a classe média deixar os carros de luxo. “Nos anos 80, as famílias foram para os condomínios fechados. O que ocorre agora é a continuação desse processo”, comenta.
Colete
A procura por coletes à prova de balas vem aumentando em cidades como São Paulo, Campinas, Curitiba e São José do Rio Preto, de acordo com informações do proprietário da loja Roberto Armas, Maurício Arruda.
Arruda afirma que lojistas dessas quatro cidades comentam sobre o aumento do interesse por coletes durante um curso da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos). “Em Araraquara, tomara que a violência não atinja um nível que exija que as pessoas vistam colete em baixo da camisa da moda. Aqui, no entanto, há bastante procura por armas, inclusive de gente curiosa que aparece na loja questionando sobre valor”, destaca.
Segundo ele, armas vendidas a R$ 1,5 mil são comercializadas clandestinamente a R$ 100,00. “Por isso, acredito que existe muito mais gente armada na cidade do que podemos imaginar. Isso acaba gerando um crescimento da violência”.
Abra o olho
Atenção a atitudes suspeitas na rua.
Correspondência e telefonemas estranhos.
Evite excesso de fotos em coluna social.
Altere o trajeto e horários de vez em quando.
Evite colocar adesivos de clubes, condomínios e escolas no carro.
