Violência Conjugal

Rita Mucio (*)

Quando ouvimos falar em violência doméstica, como abuso sexual entre crianças e adolescentes, incesto, estupro conjugal ou espancamento de idosos somos levados a pensar no significado da palavra "família", um lugar de proteção, segurança e amor. É um dos mitos que precisamos confrontar já que comprovadamente temos dificuldade de entender que a família é simultaneamente proteção e ameaça, e que segredo ou silêncio escondem muitos episódios de violência.

Apesar de maior atenção, nos últimos anos, à violência contra mulheres e meninas ela ainda se mantém em níveis "inaceitáveis", segundo a Organização Mundial da Saúde. OMS especifica que uma em cada três mulheres no mundo é vítima de violência conjugal.

A violência

começa em

casa, de verdade!

Para a mulher sempre foi designado o papel da submissão, reprodução, cuidadora do lar e responsável pela educação dos filhos tendo, dessa maneira, dificuldade de romper com mitos e padrões culturais que edificam e fortalecem a subordinação das mulheres às vontades e exigências dos homens. A dominação e a opressão que os homens exercem nas relações com as mulheres estão enraizadas na construção simbólica do masculino. E para que o homem possa mostrar a sua masculinidade e seu exercício do poder, comete a violência conjugal, como forma de dominação sobre a mulher.

A violência que

ocorre no interior

de muitos lares

é assombrada

pelo medo,

tristeza e desilusão.

Essa violência geralmente começa com uma ligeira alteração do tom de voz que, com o passar do tempo, vai aumentando e pode culminar com agressão diversificada. Ao se tornar repetitiva, a agressão se banaliza e automaticamente ao se potencializar dia após dia contextualizada na fórmula S.O.R. (Estímulo, Organismo e Reação) excepcionalmente pode terminar em morte.

O pior é que os danos não atingem somente a vítima dessas inconcebíveis agressões, mas também os filhos, os familiares que acabam participando desse conflito. É certo, a experiência de violência doméstica deixa marcas na saúde física e mental das pessoas, de todas as envolvidas direta ou indiretamente.

Nesse sentido, estudos apontam que filhos de mães vítimas de violência têm três vezes mais chances para ficar doente e 63% dessas crianças reprovam pelo menos uma vez na escola e chegam a desistir dos estudos, em média, aos nove anos de idade.

(*) É Psicóloga Clínica, especialista em Terapia Sistêmica com Psicoterapia Individual, Casal e Família. CRP 06/124680. Terapeuta Holística, CRT 26694. Atendimento Av. Bandeirantes, 167 Centro. Contato: 9.9112-4348 – e-mail: psicoritamucio@gmail.com

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