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Veracidade

Vera Botta (*)

Planos e desenganos: o termômetro da Primavera

Dias literalmente quentes. De fazer fervilhar a cabeça. De mexer e remexer nos canteiros da casa, da cidade e por que não da vida? De bem calcular o que merece um cálculo especial, uma injeção maior de adubo orgânico, sem agrotóxicos, sem querer correr mais do que o curso do rio…De saborear a carícia dos raios solares e de se alegrar com cada pingo de chuva. Jardineiros aqui e acolá parecem dar-nos sinais amistosos de renovação. E será que com o término das queimadas – sonhar mais um sonho (im) possível??? – com a antecipação do final das safras, teremos uma pausa para respirarmos melhor e nos sentirmos cidadãos com direto à melhor qualidade de vida?? Como pensar a primavera na política? Como um convite à ética, à diminuição das disputas individualistas, ao cumprimento dos compromissos firmados…

Por trás deste convite, tem balanços e expectativas, frustrações e vontade de alimentar sonhos. Dirigidos, nesta coluna, especialmente aos servidores municipais da nossa Morada.

PCCS: o que o cenário tem mostrado?

Por trás desta sigla, há uma história de mais de 20 anos. De regras não muito claras, de promessas feitas e desfeitas… Que foram alimentadas e se evaporaram, tal como bolhas ao ar…Nesta trajetória, há uma folha corrida de serviços prestados à população…Por muito tempo, os servidores foram uma categoria esquecida. Levada a seguir regras, a enfrentar oscilações e mudanças que fazem parte da história política municipal.

Nesta gestão, os servidores municipais têm mostrado vontade de não continuar reféns de uma história vulnerável a apelos políticos. Olhando pelo retrovisor, constatamos que desde 2001, quando foi criada uma Comissão de Estudos para elaborar um Plano de Cargos, Carreiras e Salários destinada, em princípio, a valorizar o servidor público municipal, o envolvimento dos funcionários, do sindicato e de parte da Câmara tem mostrado outras facetas. Seminários, inúmeras e exaustivas reuniões de trabalho e o processo de amadurecimento de um querer. De pensar em uma carreira, com critérios transparentes de avaliação, de qualificação, de promoção. De pensar a categoria em suas diferenças e semelhanças. O resultado, uma contraproposta protocolada na Prefeitura há cerca de um mês revela o saldo positivo do crescimento da categoria que hoje se conhece melhor e sabe mostrar que tem voz e força para lutar…

O Plano é prioridade do governo?

Sim, na retórica. E como vem sendo tratada esta prioridade? O governo decidiu reconhecer a legitimidade da questão, o que já é um avanço face às gestões passadas. Contratou uma empresa para preparar tecnicamente o terreno desta construção. E talvez tenha errado na dose dos fertilizantes, quase gerando uma intoxicação!!! E a empresa se comportou como o eficiente burocrata que dita regras sem nunca ter convivido com as pessoas, com suas ansiedades e desapontamentos… Faltou diálogo???

Comitês foram formados e desfeitos

O PCCS chegou a entrar como fiel de balança nas negociações coletivas com a categoria. Seu ante-projeto suscitou dúvidas e questionamentos, parte de qualquer processo democrático. O que não dá é querer tapar o sol com a peneira e dizer sempre que está tudo bem ou que nada se tem a declarar. Vozes concordantes e discordantes se fizeram ouvir!! Afinal, os servidores municipais podem ter sido esquecidos, mas estão mostrando, na prática, não querer um Plano de Carreiras para inglês ver… Querem valorização por mérito! E favores, com certeza, não têm passagem – nem paga, nem gratuita – para esta porta da cidadania!!

E agora José?

Estamos no final de outubro. A Câmara tem até dia 30 para apresentar emendas ao orçamento. O impacto que causará o PCCS foi calculado na peça orçamentária de 2004? Silêncio!!! Essa questão parece sigilosa! E por que o projeto do PCCS não chegou à Câmara? Mas quantas perguntas difíceis! Com certeza, os servidores não querem aparecer nesta história como vilões que não se contentam com nada! Particularmente, não gostaria de ver reproduzidas odisséias de outros tempos…

A Coluna fica por aqui. Com o convite a uma Audiência Pública na Casa da Cultura para discutir Políticas Públicas Dirigidas às Crianças e Adolescentes. Afinal, se não lutarmos pelo seu futuro, não haverá primavera que resista à invasão das ervas daninhas! Boa semana a todos. Até a próxima!!

vbotta@techs.com.br

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