Aisha Jambo adota a versatilidade como chave para aprimorar sua carreira artística
Texto: Fabíola Tavernard/PopTevê
Desde pequena, Aisha Jambo circula entre as mais diferentes vertentes artísticas. A intérprete da espiritualizada Sabina em “Alma Gêmea” já fez aulas de canto, dança, interpretação, acrobacias dos mais variados tipos, violino, e até já apresentou um programa no canal MultiRio, da Prefeitura do Rio de Janeiro. A atriz de 20 anos, filha de uma brasileira com um austríaco, ambos músicos, explica que os pais sempre a influenciaram a seguir a carreira. “Acho que, para uma formação artística, quanto mais conhecimento, melhor“, defende.
Foi justamente nessa versatilidade de talentos que Aisha se apoiou para encarnar, às pressas, uma personagem que foge bastante à normalidade. Nascida na Martinica, colônia francesa localizada no Caribe, Sabina alterna uma serenidade às vezes até excessiva com um contato forte e constante com o “além“. E auxilia vítimas de supostas perturbações espirituais, como Serena, de Priscila Fantin, e Alexandra, vivida por Nívea Stelman. Diante de tanta “densidade“, foi inevitável para a atriz não sentir falta de todo o processo de preparação e entrosamento com o elenco, bem comuns antes da estréia de uma novela. “Não tive tempo hábil para me preparar. O mais difícil foi entender uma mulher que sabe muito bem como funciona a mente das pessoas“, confessa, antes de emendar. “A minha sorte é que não entrei sozinha. O Felipe Camargo estava no mesmo barco e nos ajudamos muito“, destaca.
Apesar de se enxergar num universo totalmente oposto ao de Sabina, Aisha concorda que a fuga ao normal também faz parte de sua vida. Ela concorda que seu nome, que significa “vida” em árabe, não é dos mais comuns. O tipo físico esguio e exótico também rende comentários, principalmente das crianças. “Quando elas me vêem, reparam e comentam sobre o meu cabelo, dizem que é engraçado“, diverte-se.
Quando o assunto são os temas tratados em “Alma Gêmea“, como vida após a morte e reencarnação, Aisha conta que acredita e sempre teve interesse pelo lado “oculto“, e até toparia participar de uma sessão de regressão. Apesar de não ter uma religião definida, ela diz que tem seus momentos de “meditação“. “Minha mãe também é bem mística, por isso sempre tive curiosidade por este lado“, explica.
A carioca também não nega que sentiu o peso da responsabilidade de entrar numa novela que rende excelentes índices de audiência – o enredo bem amarrado de Walther Negrão vem garantindo uma média de 39 e já atingiu até 43 pontos no Ibope. Mas o principal, para ela, é garantir personagens sempre bem distintos uns dos outros. E é notório que, pelo menos até agora, é exatamente este o caminho que a atriz vem trilhando. Aisha estreou em “Malhação” como a centrada Naomi, deu seqüência em “Cabocla” como a espevitada e destemida Ritinha, e agora assume uma postura mais séria na pele de Sabina. “Não tenho uma personagem dos sonhos. Só sei que quero evitar fazer uma coisa igual à outra“, afirma, com convicção.
A mesma tranqüilidade que empresta à personagem, a atriz usa para falar de seus projetos. Para 2006, ela espera um final feliz para Sabina, já que a trama, por conta do sucesso, foi esticada até março. Também pretende ingressar na Faculdade de Artes Cênicas e, quem sabe, aventurar-se em modalidades artísticas que ainda não experimentou. Na verdade, Aisha não é muito dada a planos, e prefere deixar as coisas acontecerem. “A Sabina vê as coisas à frente. Eu tenho muito o que aprender com ela“, acredita.